domingo, 25 de março de 2012

Análise Técnica: Tendência - Parte II

O que significa tendência?

Na primeira parte aprendemos que tendência é a direção que o mercado está se movendo. A primeira vista parece ser fácil identificar uma tendência, mas veremos que nem sempre a coisa funciona desta maneira. São vários os parâmetros utilizados para se identificar uma tendência. Falaremos agora da maneira clássica de identificação de uma tendência, através do comportamento dos topos e fundos no mercado.

Independentemente do ativo e da periodicidade do gráfico, é possível notar que o mercado não se movimenta em uma linha reta, mas sim em zig-zags. O gráfico abaixo de PETR4 (Petrobrás) mostra a movimentação em zig-zag dos preços na periodicidade semanal:




A linha cinza no gráfico mostra a trajetória em zig-zag da movimentação dos preços.

A maneira clássica de determinação de uma tendência é a sua identificação pelo comportamento dos topos e fundos formados no mercado. Como o mercado se movimenta em Zig-Zags, a formação de topos e fundos ascendentes (topo e fundo maiores que o anterior) caracterizaria uma tendência de alta. A formação de topos e fundos descendentes (topo e fundo menores que os anteriores) caracterizaria uma tendência de baixa. Segue a mesma figura acima com as identificações das tendências:



A sequência de topos e fundos pode ser verificada através da linha cinza, que ajuda a identificar as tendências.

Agora que aprendemos como identificar uma tendência, no próximo artigo mostrarei as três fases do mercado e como identificar uma reversão de uma tendência, bem como o significado dos termos "suporte" e "resistência" e qual a importância dos mesmos para um trader.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Valor Econômico: Juro em queda e longevidade exigem mais planejamento

Depois de eleita, a presidenta Dilma Rousseff enumerou os objetivos de seu primeiro mandato. Entre eles, reduzir a o juro real, que é obtido através da subtração da taxa básica de juros pela inflação, para 2% até 2014. Se conseguirmos tal proeza, teremos uma taxa de juros semelhante às taxas de juros de economias mais desenvolvidas. A boa notícia vem acompanhada de um alerta: o brasileiro deverá planejar cuidadosamente sua aposentadoria, se não quiser ficar vulnerável na velhice. O artigo de Silvia Rosa, para o jornal Valor Econômico, demonstra bem como a queda dos juros pode afetar a sua aposentadoria complementar. Boa leitura.


Valor Econômico - 23/02/2012
Silvia Rosa | De São Paulo

A tendência de queda da taxa básica de juros no Brasil vai exigir dos brasileiros um planejamento ainda mais cuidadoso para a aposentaria. Com o desejo do governo de trazer a Selic para um dígito de maneira mais consistente - e a possibilidade de que isso traga a inflação para um nível superior aos 4,5% do centro da meta também de maneira mais permanente -, iniciar o quanto antes a formação de uma poupança de longo prazo para garantir uma renda complementar ao benefício pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) torna-se cada vez mais importante. Mais do que isso, porém, será preciso avaliar com atenção as opções disponíveis, sob pena de perder o poder de compra da poupança feita.

Levantamento do banco Santander mostra o impacto da queda da taxa de juros no valor das contribuições mensais dos participantes. Considerando o atual cenário de taxa Selic, em 10,5% ao ano, um participante com idade de 25 anos com um salário mensal de R$ 7,5 mil que quisesse manter a mesma renda após a aposentaria, com 65 anos, teria que fazer uma contribuição equivalente a 2% do seu rendimento. Uma queda da taxa de juros para 7%, no entanto, implicaria em aumento da contribuição para o equivalente a 5% da sua renda.

"E quanto mais tarde o investidor começar a contribuir com o plano de previdência maior será a parcela da renda que terá que ser comprometida", destaca Sinara Polycarpo, superintendente de investimentos do Santander.

Segundo ela, a contribuição de um valor fixo do salário de certa forma já garante a correção pela inflação, uma vez que os salários sofrem reajustes anuais. No entanto, o investidor pode optar por contribuir com uma parcela menor do salário no início da adesão e aumentá-la ao longo do período de investimento. "Até os 30 anos, geralmente o investidor tem mais gastos com cursos para aperfeiçoamento profissional, ou mesmo com a formação de patrimônio, como a compra da casa própria. Mais tarde, esses gastos tendem a diminuir, sobrando maior parcela do salário, que pode ser direcionada para aplicações."

Além do juro menor previsto, outra questão que contribui para elevar o desafio do planejamento da aposentadoria é o aumento da longevidade. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida média dos brasileiros em 2011 era de 73,5 anos. O IBGE estima que, em 2050, o Brasil terá cerca de 64 milhões de pessoas com idade acima de 60 anos.

Quem já contribui há pelo menos dez anos para um plano de previdência e quiser garantir a renda estimada inicialmente terá que aumentar a parcela da contribuição ou retardar a idade da aposentadoria, afirma Rodrigo Menon, sócio da Beta Advisor.

As alocações, no entanto, dependem do perfil de risco do cliente e do horizonte de investimentos. Para Menon, quanto mais longo o prazo da aplicação, maior exposição a risco o investidor pode ter. "Para garantir o rendimento de 1% ao mês que estava acostumado, o investidor terá que aumentar a parcela aplicada em renda variável", diz o sócio da Beta Advisor. Hoje, pela legislação, o máximo que um fundo de previdência pode aplicar em ações é 49% do portfólio.

Muitos planos de previdência já fazem a alocação de acordo com o prazo de investimento de cada cliente, como o produto "ciclo de vida" da Brasilprev. "O plano busca diversificar os investimentos em renda fixa e variável em função do objetivo do participante", afirma Guilherme Alexandre Rossi, gerente de negócios de alta renda da BrasilPrev.

Menon, da Beta, alerta que a maioria das seguradoras não cobra taxa de carregamento para aplicações de maior volume no médio e longo prazos em fundos de previdência. No entanto, as taxas de administração desses produtos costumam ser maiores que a dos fundos de investimento. "O custo é o que mais impacta na rentabilidade das carteiras de previdência, principalmente nos portfólios com perfil mais conservador, concentrado em aplicações de renda fixa", afirma.

Levantamento da NetQuant mostra que os fundos de previdência de renda fixa fecharam 2011 com ganho de 10,38%. Esse retorno ficou abaixo da variação do CDI no período, de 11,60%, e da rentabilidade dos tradicionais fundos de renda fixa, que apresentaram valorização de 12,47% no ano passado, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Apesar de o custo dos fundos de previdência ser muitas vezes maior que o dos fundos de investimento, o sócio da Beta cita algumas vantagens em aplicar nesses planos: o fato de não ter o desconto do Imposto de Renda (IR) semestral, conhecido como come-cotas, cobrado nos fundos de investimento, e a possibilidade de abatimento das contribuições no IR até o teto de 12% para os participantes que optarem pelo Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e fizerem a declaração pelo modelo completo.

De acordo com Sinara, do Santander, essa vantagem fiscal é considerável quando se leva em conta o investimento pelo prazo de no mínimo dez anos. Um investidor que optasse por um plano Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) com desconto de 10% de IR, considerando a tabela regressiva, teria R$ 202 mil ao fim do período, enquanto num fundo de renda fixa o saldo seria de R$ 193 mil, devido ao efeito do come-cotas.

Uma outra opção aos fundos de previdência para garantir um rendimento regular é montar um portfólio de ações de empresas que pagam bons dividendos e apresentam fluxo de caixa estável. "Isso faz sentido principalmente quando se pensa em montar uma carteira para os filhos, em que o horizonte de investimento é de, no mínimo, 15 anos", destaca Menon, da Beta.

A preocupação com o futuro dos filhos também tem se refletido no mercado de planos de previdência. Na BrasilPrev, os chamados planos juniores, voltados para os menores de idades, representam 54% do total de 1,6 milhão de planos da carteira da seguradora, o que mostra a preocupação cada mais cedo dos pais em formar uma poupança de longo prazo para seus filhos, seja para financiar o estudos, uma viagem para o exterior ou ajudar na abertura de um negócio. O tíquete médio desses clientes, no entanto, tem sido de R$ 68, comparado com uma contribuição média de R$ 139 dos demais participantes.

Além disso, os fundos de previdência podem ser usados com a finalidade de planejamento sucessório. Isso porque o valor investido não entra no inventário e é repassado diretamente aos herdeiros.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Fale Conosco: vale a pena investir no Tesouro Direto?

Caros leitores e leitoras,

Nosso amigo SN, de São Paulo/SP, enviou uma série de perguntas em nossa página Fale Conosco. São dúvidas muito frequentes entre aqueles que não investem, mas gostariam de investir no Tesouro Direto. Por isso, iremos compartilhar nossas respostas com todos os leitores do Blog. Boa leitura.


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Boa noite,

Eu sempre utilizei a poupança como forma de economizar dinheiro (foi assim que tive dinheiro suficiente para comprar meu carro etc.). No momento, tenho um dinheiro guardado lá, mas é pouco.

Comecei a me interessar por Tesouro Direto. Acontece que li sobre este assunto e muitos dizem que com todas as mudanças na economia, taxas etc, não esta sendo tão vantajoso investir no Tesouro Direto. Minhas perguntas são:

- ainda é vantajoso investir no Tesouro Direto ?

- meu investimento é para curto prazo (para me familiarizar com o investimento) e com valores baixos (até R$ 500,00). Qual seria a melhor opção para mim ? 

- se houver algum investimento bom a médio/longo prazo com esses valores, para mim também é interessante

- Quais agentes de custódia não tem taxas? E quais seriam parceiros com o Banco Bradesco (para DOC/TED)?
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Seguem as nossas respostas ao leitor SN:

Sim, é vantajoso investir no Tesouro Direto, desde que você tome as devidas precauções. A primeira precaução é escolher uma corretora ou banco, conhecidono Tesouro Direto como agente de custódia, que cobre a menor taxa possível, de modo a potencializar os seus ganhos. Como você mesmo escreveu, existem agentes de custódia que sequer cobram taxas. Não podemos recomendar esse ou aquele agente de custódia, mas podemos lhe dizer que a própria Secretaria do Tesouro Nacional (TN) publica em seu site o ranking dos agentes de custódia, classificados pela taxa cobrada. Para saber mais, clique aqui.

E já que estamos de agentes de custódia, vamos direto à sua última pergunta. TODOS os agentes de custódia aceitam DOC/TED de qualquer banco. Ou seja, se for de seu interesse (ou do interesse do seu bolso), escolha um agente de custódia que cobre menos, mesmo que este não seja ligado diretamente ao banco onde você possui conta.

A segunda precaução que você deve tomar é a escolha do título público que melhor se encaixe às suas necessidades, ao seu horizonte de tempo e ao seu apetite de risco. Atualmente o TN disponibiliza os seguintes títulos no Tesouro Direto:

Letras Financeiras do Tesouro (LFT): a LFT é corrigida diariamente pela variação da taxa Selic e não são feitos pagamentos de juros semestralmente (cupom). São os títulos mais indicados para os iniciantes como você, pois são os títulos públicos cujos preços menos variam com as alterações das taxas de juros.

Notas do Tesouro Nacional - série B (NTN-B) : são títulos que preservam o poder de compra do investidor, uma vez que são corrigidos pela inflação (IPC-A). Pagam juros de cerca de 3% ao semestre. Depois das LFT, são os títulos menos arriscados do Tesouro Direto. Principalmente aqueles com prazo de vencimento menor.

Notas do Tesouro Nacional - série B Principal (NTN-B Principal): semelhantes às NTN-B, porém os juros não são pagos semestralmente. Tal característica faz com que os preços das NTN-B prinpais oscilem mais com as alterações da curva de juros ou da inflação.

Letras do Tesouro Nacional (LTN) : título com preço prefixado em R$ 1.000,00 no vencimento. Ou seja, antes do vencimento você adquire uma LTN por um valor abaixo de R$ 1.000,00 e a diferença entre o preço que você paga por uma LTN antes do vencimento e os tais R$ 1.000,00 no vencimento é chamado de prêmio. A LTN não é corrigida por qualquer índice de inflação e também não paga juros semestralmente. São indicadas para quem tem um bom apetite para o risco ou para quem pode comprar o título sem a necessidade de vendê-lo antes de seu vencimento (chamamos isso de "carregar" o título até o seu vencimento).

Notas do Tesouro Nacional - série F (NTN-F): semelhante às LTNs (prefixados). Porém as NTN-F costumam ter os vencimentos mais distantes. Outra característica das NTN-F é o pagamento de juros (cupom) semestralmente, em torno de 5%. Também são indicadas para quem tem um bom apetite para o risco, pois o preço de uma NTN-F, tal como acontece com as LTN, oscila muito até o seu vencimento.

No Tesouro vale a velha máxima: maior retorno é igual a maior risco. Para você ter uma ideia da rentabilidade dos títulos atualmente à venda no Tesouro Direto, clique aqui.

A última preocupação que você deve ter, já que hoje você trabalha exclusivamente com a poupança, é o recolhimento do Imposto de Renda (IR). No Tesouro Direto, paga-se IR sobre os ganhos de cada aplicação, às seguintes taxas:
  • 22,5% para o ganho de investimentos com menos de seis memes;
  • 22,0% para o ganho de investimentos com mais de seis meses e menos de um ano;
  • 17,5% para o ganho de investimentos com mais de um ano e menos de dois anos; e
  • 15,0% para o ganho de investimentos com mais de dois anos.
Convidamos você e todos os leitores a ler outros artigos sobre o Tesouro Direto postados no Blog ABC do Dinheiro. Clique aqui.

Se você também tem dúvidas sobre nossos artigos, ou quer propor um estudo de casos para o ABC do Dinheiro, faça como nosso leitor SN. Entre em contato conosco através da área de comentários dos artigos, através de nossa página no FacebookTwitter ou através do Fale Conosco.

Artigo escrito por Flávio Girão Guimarães.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Infomoney: Seguro: saiba como se prevenir de fraudadores

O mercado de seguros no Brasil ainda é relativamente pequeno. Poucas pessoas dão a devida importância a um instrumento que garante a tranquilidade e a segurança em caso de imprevistos.

Por ser pouco utilizado e conhecido, os seguros às vezes são utilizados por pessoas inescrupulosas que tentam ludibriar pessoas de boa fé como eu e você. Na reportagem de Welington Vital de Oliveira, para o portal Informoney, você encontrará algumas dicas para se prevenir contra esses malfeitores. Boa leitura.


Seguro: como se prevenir de fraudadores
Por Welington Vital de Oliveira, do portal Infomoney

Antes de fechar uma proposta de seguro, o consumidor precisa tomar uma série de cuidados para não cair em golpes. O mais importante deles é a identificação clara e precisa do corretor, que é o único profissional habilitado a comercializar seguros.

“Mesmo que o profissional esteja uniformizado, o cliente não deve entregar logo o dinheiro ou documentos pessoas. Antes, é preciso conferir a carteira de corretor habilitado, da pessoa que está oferecendo o seguro”, explicou o corretor de seguros Arnuss Wittitz Junior, conforme publicado pelo CQCS (Centro de Qualificação do Corretor de Seguros).

O corretor aconselha os consumidores a pesquisarem o máximo de informações sobre o vendedor ou o visitante na internet, no entanto, ele alerta que tudo deve ser pesquisado da melhor forma possível. “Existe muita verdade, mas também muita mentira na web. Então, todo cuidado é pouco”, explica.

Outras dicas de segurança

Ainda de acordo com Wittitz Junior, o segurado deve desconfiar se o vendedor insistir que a forma de pagamento é somente em dinheiro, a ser retirado na casa do cliente. Nesses casos, o melhor é optar por um boleto, onde a “cedente” é sempre a seguradora e o segurado é o “sacado”.

Nos casos em que o seguro for parcelado e a opção de pagamento for dinheiro ou cheque ao corretor, os segurados precisam acompanhar a quitação completa do valor. É comum os golpistas  realizarem apenas o primeiro pagamento e embolsarem os demais. Outra dica é comparar as ofertas e ficar alerta aos valores baixos demais.

Para os casos de seguro DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre), onde a entrada no pedido de indenização é gratuito, é importante não entregar documentos, dinheiro ou cheques para intermediários.

Clique aqui para ler a reportagem no site da Infomoney.