quarta-feira, 25 de março de 2015

Livro: Adeus, aposentadoria (Gustavo Cerbasi)

Terminei de ler há poucos dias mais um livro do Gustavo Cerbasi. Desta vez, o tema escolhido pelo autor, famoso por seus livros de finanças pessoais, tais como Investimentos Inteligentes, Os Segredos dos Casais Inteligentes, e Pais Inteligentes Enriquecem Seus Filhos, foi aposentadoria.

O livro começa com um fato: estamos vivendo mais e as estratégias clássicas para aposentadoria não estão funcionando mais, pois, além de uma maior sobrevida, vimos nos últimos anos uma redução gradual dos retornos dos investimentos. Ou seja, teremos que continuar trabalhando durante a aposentadoria, ou pelo menos trabalhar por mais tempo, economizar mais ou um pouco de cada. Ou não...

Mudança de paradigma

A reflexão que o autor nos apresenta é que temos que encarar a aposentadoria como uma nova fase em nossas carreiras. Deixamos de ser empregados assalariados para termos nosso próprio negócio, em uma área de nosso interesse. Para tanto, é necessário planejar com antecedência de décadas cada passo que deve ser dado. O livro reúne cinco capítulos:
  1. Não dá pra contestar os fatos
  2. Por que as atuais soluções não solucionam
  3. Como garantir renda e liberdade crescentes ao longo da vida
  4. Transformando a teoria em prática;
  5. Um plano para garantir bem-estar e renda adequada para toda a vida;
  6. Uma sociedade mais rica e melhor.

Recomendação

Trata-se de um livro rápido de fácil compreensão, recomendado especialmente para quem não se prepara para o dia fatídico da aposentadoria e, do dia seguinte, não sabe o que fazer. Esqueça aquela imagem do aposentado de chinelão na praia, curtindo uma cervejinha e tomando sol. Isso são águas passadas. Preparação é método é bom para todas as tarefas que nós realizamos, inclusive a aposentadoria. Recomendo!

Artigo escrito por Flávio Girão Guimarães.

segunda-feira, 23 de março de 2015

2ª Semana de Educação Financeira

Do dia 9 a 15 de março foi realizada a 2ª Semana Nacional de Educação Financeira. O evento, realizado anualmente, tem por objetivo divulgar a ações da Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF). Nesse artigo, vamos destacar as principais novidades da ENEF em 2015.

Para quem não sabe, a ENEF é uma política pública lançada por meio do Decreto nº 7.397, de 22 de dezembro de 2010, com a finalidade de "promover a educação financeira e previdenciária da população, bem como contribuir para o fortalecimento da cidadania, a eficiência e solidez do sistema financeiro nacional e a tomada de decisões conscientes por parte dos consumidores.".

A principal ferramenta de divulgação da ENEF é o site Vida&Dinheiro (www.vidaedinheiro.gov.br). Nele, é possível acessar a inúmeros guias de orientação para seu planejamento financeiro, consumo consciente, contratação de seguros e previdência, investimentos e crédito. A página tem como organizadores um time da pesada, no bom sentido, é claro.


Outra novidade da 2ª Semana de Educação Financeira foi o lançamento da excelente página Cidadania Financeira, organizada pelo Banco Central do Brasil. O site é dividido em seções, com dicas, vídeos, ferramentas e links relacionados aos seguintes temas:
  • Nossa Relação com o Dinheiro
  • Orçamento Pessoal ou Familiar
  • Crédito e Gestão de Dívidas
  • Consumo Planejado e Consciente
  • Poupança e Investimento
  • Prevenção e Proteção
  • Relacionamento com o SFN
Artigo escrito por Flávio Girão Guimarães.


terça-feira, 17 de março de 2015

Imposto de Renda (IRPF) 2015: Como declarar um LEASING para o leão do Imposto de Renda

Como falamos no artigo Imposto de Renda (IRPF) 2015: Como declarar um financiamento ou um empréstimo? a população brasileira está aproveitando o aumento de renda e o alongamento e queda nas taxas de juros para antecipar a realização de vários sonhos utilizando mecanismos de dívida.

Além do financiamento, muito utilizado para compra de bens móveis e imóveis, um outro instrumento utilizado para antecipar consumo, principalmente para bens móveis, são os contratos de leasing. Contudo, quando chega o momento de fazer a Declaração de Ajuste Anual (DAA) fica a dúvida, como lançar o contrato de leasing do meu carro?


Conforme descrito no livro "Imposto Sobre a Renda - Pessoa Física: Perguntas e Respostas", de autoria da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), o leasing deve ser declarado da seguinte forma:

Para leasing realizado:


a) com opção de compra exercida no final do contrato em 2014, utilize o código relativo ao bem, e:
  • no campo “Discriminação”, informe os dados do bem e do contratante;
  • no campo ”Situação em 31/12/2013 (R$)”, informe os valores pagos até 31/12/2013, para leasing contratado até 2013, ou, no caso de leasing contratado em 2014, deixe este campo “em branco”;
  • no campo ”Situação em 31/12/2014 (R$)”, informe o valor constante no campo ”Situação em 31/12/2013 (R$)”, se for o caso, acrescido dos valores pagos em 2014, inclusive o valor residual;

b) em 2014, com opção de compra a ser exercida no final do contrato, utilize o código 96, e:
  • no campo “Discriminação”, informe os dados do bem, do contratante e o total dos pagamentos efetuados;
  • não preencha os campos “Situação em 31/12/2013 (R$)” e ”Situação em 31/12/2014 (R$)”;

c) até 2013, com opção de compra exercida no ato do contrato, utilize o código relativo ao bem, e:
  • no campo “Discriminação”, informe os dados do bem e do contratante;
  • nos campos ”Situação em 31/12/2013 (R$)” e ”Situação em 31/12/2014 (R$)”, informe o valor do bem;
  • em Dívidas e Ônus Reais, informe nos campos ”Situação em 31/12/2013 (R$)” e ”Situação em 31/12/2014 (R$)”, respectivamente, o saldo remanescente da dívida em 31/12/2013 e em 31/12/2014.

d) em 2014, com opção de compra exercida no ato do contrato, utilize o código relativo ao bem, e:
  • no campo “Discriminação”, informe os dados do bem e do contratante;
  • não preencha o campo ”Situação em 31/12/2013 (R$)”;
  • no campo ”Situação em 31/12/2014 (R$)”, informe o valor do bem;
  • em Dívidas e Ônus Reais, informe o valor da dívida no campo ”Situação em 31/12/2014 (R$)”.
    Vejam que o importante é definir o momento da opção da compra, pois até esse momento o bem não faz parte dos BENS E DIRETOS do contribuinte, é apenas uma expectativa de direito.

    Artigo escrito por Pedro Borges Neto, CFP e Flávio Girão Guimarães.

    segunda-feira, 16 de março de 2015

    Calculadora: quanto custa um carro?

    A primeira resposta que vem a cabeça é o valor pago no momento da aquisição do automóvel ou seu atual valor de mercado. Porém, estes não refletem os custos de um carro. Na maior parte dos casos, o carro é, antes de tudo, um passivo, pois tende a se desvalorizar com o tempo, gerando despesas para seu proprietário. Além disso, há o combustível, o IPVA, DPVAT, estacionamento, revisão etc. Então, quanto custa o seu carro? Quanto você tem que desembolsar, direta ou indiretamente, para mantê-lo a cada ano?

    Para responder estas perguntas, temos que conhecer quais são os custos envolvidos na utilização e manutenção de um automóvel. São eles:
    1. Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), seguro obrigatório (DPVAT), licenciamento anual e, em alguns estados, inspeção veicular;
    2. seguro;
    3. manutenção e/ou revisão;
    4. combustível;
    5. depreciação;
    6. outros gastos menores, mas não menos relevantes, como estacionamento, lavagem entre outros;
    7. custo de oportunidade.
    Dentre os custos supracitados, os custos indiretos são os menos intuitivos e mais relevantes. A depreciação pode ser entendida como a perda de valor do veículo ao longo do tempo. A depreciação costuma ser inversamente proporcional ao ano do veículo. Quanto mais antigo um veículo, menor é a sua depreciação, seja em termos percentuais, seja em valores monetários. Inclusive, existem veículos que se apreciam com o passar dos anos. Um carro antigo desejado por colecionadores é um bom exemplo deste fenômeno.

    O custo de oportunidade é um termo desconhecido da maioria. Termo proveniente da economia, representa o custo de aquisição de uma determinada coisa em detrimento da melhor oportunidade perdida. Em outras palavras, é aquilo que se deixou de ganhar para se adquirir um determinado bem. Por exemplo, se o automóvel não fosse adquirido, os recursos teriam outro destino. A melhor opção de investimento poderia ser a aquisição de um título público. Assim, para adquirir o automóvel, o proprietário abriu mão dos rendimentos deste título. O custo de oportunidade desta operação seria o rendimento do título, já que esta seria a melhor oportunidade perdida por ocasião da aquisição do automóvel.

    Os custos diretos são intuitivos e fáceis de calcular. Alguns têm seus valores conhecidos, como seguro, IPVA, seguro DPVAT e licenciamento anual. Gastos com combustível, manutenção, revisão, estacionamento e lavagem necessitam ser estimados.

    Para que você possa calcular o custo anual de seu carro, colocamos a disposição uma calculadora que leva em consideração todos estes fatores, inclusive depreciação e custo de oportunidade. Divirta-se!



    Campos da calculadora:
    1. Valor do veículo: valor atual do veículo no mercado;
    2. Ano de fabricação: ano de fabricação do veículo;
    3. Desempenho (km/l): quantos quilômetros seu veículo faz para cada litro de combustível;
    4. Valor do combustível (por litro): custo do litro do combustível utilizado para calcular o rendimento do carro;
    5. Km rodados por mês (em média): média de quilômetros rodados por mês. Essa conta pode ser estimada pelo total de quilômetros rodados em um ano divididos por 12.
    6. Seguro: valor gasto com seguro em um ano. Se não foi contratado nenhum seguro, escolha zero.
    7. IPVA/DPVAT/Inspeção etc: valores pagos anualmente ao Detran;
    8. Revisões/Manutenções (ano): gasto anual com revisões e/ou manutenções. Nesse campo deve-se considerar as tocar periódicas de óleo, pneus, alinhamento, balanceamento e outros gastos de manutenção. No caso de carros novos, deve ser considerado o custo das revisões periódicas.
    9. Lavagem/Estacionamentos (mês): considerar os gastos mensais com lavagens, estacionamento e outras despesas não considerados nos campos anteriores.
    10. Custo de oportunidade (% ao ano): rentabilidade que você obteria em aplicações financeiras com baixo risco.
    Artigo escrito por Gustavo Garcia.

    quarta-feira, 11 de março de 2015

    Calculadora: Rentabilidade da poupança

    Há algumas semanas o Comitê de Política Monetária (COPOM), do Banco Central do Brasil (BCB) alterou a a taxa Selic para 12,75% ao ano. A alteração da Taxa Selic tem uma série de implicações para a economia brasileira, mas, para o pequeno investidor, a mais importante das implicações é a alteração da rentabilidade da caderneta de poupança.

    A nova regra da poupança só afeta os depósitos realizados após o dia 4 de maio de 2012. Para os depósitos realizados até o dia 4 de maio, vale a regra antiga, ou seja, rentabilidade de 0,50% ao mês acrescidos da variação da Taxa Referencial (TR).


    Remuneração da poupança

    Já os depósitos novos seguem a seguinte regra: a poupança renderá 70% do valor da Taxa Selic, limitados a 0,50% ao mês, acrescidos da variação da TR. Para calcular o valor da rentabilidade da poupança, utilize a calculadora abaixo:

    Como utilizar nossa calculadora?

    1) coloque o valor do depósito realizado na poupança no campo "Depósito poupança";
    2) escolha o valor da Taxa Selic (ao ano); e
    3) escolha o valor da TR (ao mês).


    Dica: os valores da apresentados na calculadora são atualizados cada vez que a taxa Selic é alterada pelo Copom. Para obter o valor da Taxa Referencial, clique aqui.

    Pronto! A calculadora mostra qual é rentabilidade esperada para o mês e a rentabilidade esperada para o ano do seu depósito de poupança.


    Artigo escrito por Flávio Girão Guimarães.

    Imposto de Renda (IRPF) 2015: Como declarar um financiamento ou um empréstimo?

    Nos últimos anos, grande parte da população vem antecipando alguns sonhos de consumo, como um carro novo ou a casa própria, através da contratação de um empréstimo bancário ou um financiamento. Contudo, quando chega a hora de declarar o imposto de renda, fica a dúvida:
    • como devo incluir a operação de empréstimo/financiamento na Declaração de Ajuste Anual (DAA) do imposto de renda?
    • o que lançar na categoria de Bens e Diretos? e na de Dívida e Ônus Reais?
    Para entender melhor, é importante definir duas formas distintas de financiamento: COM ou SEM garantia.


    Financiamento com garantia


    Nos casos em que o bem é dado como garantia para o pagamento do financiamento, muito comum no financiamento da casa própria ou do automóvel, deve ser informado na ficha "Bens e Direitos" o somatório dos valores pagos durante o ano - até 31/12 - e a dívida não deve ser incluída na ficha "Dívidas e Ônus Reais" - como apresentado na imagem abaixo - uma vez que, na realidade, o bem ainda não pertence a você (pois caso a dívida não seja paga, o bem será tomado pelo banco/financeira).


    Por outro lado, caso o bem adquirido não seja dado como garantia do financiamento, deve-se declarar na ficha "Bens e Diretos" o bem pelo seu valor total e, na ficha "Dívidas e Ônus Reais", o saldo devedor do financiamento em 31/12 - como está demonstrados nas imagens abaixo.



    No caso de empréstimos pessoais, tal como o crédito consignado, deve-se apenas informar na DAA o saldo devedor em 31/12 na ficha "Dívidas e Ônus Reais". Simples assim.

    terça-feira, 10 de março de 2015

    Novidades no Tesouro Direto

    Nesta quarta-feira foram anunciadas várias novidades no programa Tesouro Direto, que é a plataforma de compra e venda de títulos públicos federais, diretamente para pessoas físicas. No presente artigo, apresentaremos todas as novidades implementadas pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN).

    Liquidez diária para recompra de títulos


    Uma das maiores reclamações dos investidores do Tesouro Direto era a falta de liquidez na hora de revender os títulos públicos de volta para o Tesouro Nacional. Até então, o Tesouro Nacional recomprava os títulos públicos apenas às quartas-feiras. A partir de agora, os investidores poderão revender seus títulos todos os dias úteis, a partir das 18h até às 5h. Nos fins de semana e feriados a plataforma ficará aberta todo o dia para tal operação. Já a liquidação financeira será realizada no dia útil subsequente.

    Nome fantasia dos títulos públicos

    Muitos investidores reclamavam (com razão) do nome dos títulos públicos, pois eles eram pouco explicativos das características de cada um dos títulos. O Tesouro Nacional decidiu então que cada título público receberá um nome fantasia. Os velhos investidores, porém, podem ficar despreocupados. Os nomes de batismo de cada título permanecerão. Abaixo, segue a lista de títulos públicos, com nome de batismo e o novo nome fantasia:
    • Letra Financeira do Tesouro - Tesouro Selic;
    • Letra do Tesouro Nacional - Tesouro Prefixado;
    • Nota do Tesouro Nacional Série F - Tesouro Prefixado com Juros Semestrais;
    • Nota do Tesouro Nacional Série B Principal - Tesouro IPCA;
    • Nota do Tesouro Nacional Série B - Tesouro IPCA com Juros Semestrais.

    Novos títulos

    Junto com as novidades do Tesouro Direto, foram disponibilizados dois novos títulos públicos na plataforma do Tesouro Direto. São eles:
    • Tesouro Selic (LFT), com vencimento em 7 de março de 2021;
    • Tesouro Prefixado (LTN), com vencimento em 1º de janeiro de 2021.

    Novo ambiente de transação

    Para coroar todas as mudanças, o pessoal do Tesouro Nacional reformulou o ambiente de transações do Tesouro Direto, tornando-o mais amigável, mais limpo, bonito e fácil de navegar.

    Na tela inicial é possível uma rápida consulta à composição de sua carteira, em um gráfico do tipo "pizza", além de uma área destinada aos avisos do Tesouro Direto. Ainda na página inicial, o Tesouro Nacional disponibiliza um orientador financeiro e a tabela com os títulos disponíveis para compra, taxas e preços.

    Antes de terminar o artigo, eu não podia deixar de parabenizar a equipe do Tesouro Nacional responsável pelas mudanças no Tesouro Direto. Sem exceção, foram todas positivas.

    Artigo escrito por Flávio Girão Guimarães.