quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Brasil Econômico: Educação financeira é essencial para todos

A página 26 do jornal Brasil Econômico de hoje (31/10/2012) nos brindou com o excelente artigo de Mauro Gua da Gnoli de Sousa, Superintendente da Brasilprev, sobre o bom momento que vivemos em termos econômicos que, ao mesmo tempo, nem sempre são percebidas por muitos de nós brasileiros por conta do descontrole financeiro. Boa leitura.



São Paulo - Consolidada como uma das maiores economias do mundo, o Brasil conseguiu reduzir a desigualdade na distribuição de renda nos últimos anos. No entanto, segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), 41% dos brasileiros têm ou tiveram o nome sujo, sendo o principal motivo a falta de planejamento financeiro.

Somado a isso, dados do BANCO CENTRAL afirmam que quase 61 milhões de brasileiros tomaram mais R$ 1 mil em crédito neste ano e que mais da metade da população brasileira tem acima de 50% de suas rendas comprometidas em dívidas de cartão de crédito.

Em um primeiro momento, pensa-se que este é um problema das classes mais baixas da economia, mas não. Essa grande massa é formada por pessoas de todas as camadas sociais, inclusive por aquelas de alto poder de compra. Neste cenário, vale a reflexão de algumas questões: O brasileiro está educado financeiramente para utilizar o crédito disponível no país? Sabe usar de maneira correta as ferramentas bancárias para assumir e pagar dívidas? E de quem é a responsabilidade destes ensinamentos?

A lição básica é adequar o padrão de vida à renda, ou seja, não gastar mais do que ganha. Para isso, torna-se necessário saber quais tipos de dívidas estão sendo contraídas e tomar cuidado para não incorporar o limite do cheque especial à renda ou se perder em parcelas de cartão ( ões) de crédito. Uma vez conseguindo manter os gastos dentro do orçamento, o próximo passo é incorporar a este planejamento mensal recursos fixos para poupança de curto e médio prazos. E, num próximo passo, investir no longo prazo, a fim de garantir segurança e independência financeira no futuro, além de ter recursos para realizar grandes projetos.

Não menos importante que toda esta organização, é necessário conhecer e estudar os instrumentos bancários disponíveis no mercado, comparar instituições e escolher aqueles que melhor se adequam a cada situação. Colocar as contas na ponta do lápis e analisar as ferramentas financeiras oferecidas pelos bancos é uma boa prática que pode tornar mais barato e mais curto o caminho para liquidar dívidas.
É claro que todos devem ter a consciência da importância de batalhar pela própria independência financeira, para hoje e para o futuro. Mas cada dia mais empresas comprometem-se em garantir recursos para seus colaboradores num momento pós-laboral, via planos de previdência privada, e repassar ensinamentos de educação financeira.

À parte da responsabilidade social da causa, o fato é que é provado que a produtividade de um funcionário está diretamente ligada aos momentos vividos em sua vida pessoal. E, evidentemente, um funcionário preocupado com sua situação financeira estará na empresa com a cabeça em suas contas que, logo, passarão a ser um problema também no trabalho.

Não se trata de responsabilizar as empresas pela felicidade emocional do seu time em questões pessoais - até porque a nossa vida depende dos atos e escolhas que fazemos. Mas compartilhar esta responsabilidade, monitorando aqueles que excedem limites de crédito consignado, por exemplo, assim como ajudá-los a estruturar o orçamento familiar e oferecer ferramentas que o apoiem em suas finanças, pode se tornar um grande aliado para o aumento da produtividade.

A lição básica é não gastar mais do que ganha e saber quais tipos de dívidas são contraídas e não incorporar o limite do cheque especial à renda ou se perder em parcelas de cartão de crédito
Mauro Gua da Gnoli de Sousa - Superintendente da Brasilprev

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Estadao: Com juro menor, assessoria financeira fica mais acessível

Muito comum em países como Estados Unidos, a assessoria financeira individualizada começa a dar as caras no Brasil. Isso se deve, em boa parte, à redução das taxas de juros, especialmente a redução da taxa Selic, que diminui os ganhos "fáceis" com investimentos de pouco risco, tais como os fundos de investimento referenciados Di, os CDBs posfixados e a poupança.

A excelente reportagem de Mariana Congo e Yolanda Fordelone para o estadão.com.br, mostra que as instituições financeiras perceberam tal janela de oportunidade, passando a oferecer assessoria financeira individualizada, antes restrita a clientes de altíssima renda, para outra parcela de clientes menos abastados.

Link para a reportagem original aqui

Boa leitura!

Estadao: Com juro menor, assessoria financeira fica mais acessível

Muito comum em países como Estados Unidos, a assessoria financeira individualizada começa a dar as caras no Brasil. Isso se deve, em boa parte, à redução das taxas de juros, especialmente a redução da taxa Selic, que diminui os ganhos "fáceis" com investimentos de pouco risco, tais como os fundos de investimento referenciados Di, os CDBs posfixados e a poupança.

A excelente reportagem de Mariana Congo e Yolanda Fordelone para o estadão.com.br, mostra que as instituições financeiras perceberam tal janela de oportunidade, passando a oferecer assessoria financeira individualizada, antes restrita a clientes de altíssima renda, para outra parcela de clientes menos abastados.

Boa leitura!

Com juro menor, assessoria financeira fica mais acessível

Cresce procura por serviços de consultoria de investimentos; bancos e gestoras reduzem valor exigido para atendimento

Por Mariana Congo e Yolanda Fordelone, do estadão.com.br

Link para a reportagem original aqui.

SÃO PAULO - A queda da taxa básica de juros (Selic), que diminuiu o ganho das aplicações conservadoras, já se reflete nos serviços de assessoria financeira. Os clientes buscam cada vez mais profissionais de bancos e gestoras para ter acesso a produtos diferenciados e mais rentáveis. E não é preciso mais ser milionário, já que o valor mínimo exigido para a carteira vem caindo.

Há duas semanas, o banco HSBC lançou o serviço de consultoria individualizada para clientes com R$ 100 mil ou mais. Antes da decisão, a assessoria era oferecida somente para quem tinha mais de R$ 1 milhão.

Segundo o superintendente executivo de gestão de patrimônio do HSBC, Gilberto Poso, o banco percebeu que a alta renda não necessariamente havia acumulado um bom patrimônio, enquanto clientes com renda menor já dispunham de R$ 100 mil para investir. Na quantia exigida não são incluídos bens físicos, como imóveis.

"Temos notado uma busca intensa por um aconselhamento financeiro efetivo, que dê alternativas não só de investimento, mas de planejamento tributário, aposentadoria, seguros", disse Poso. A ajuda, como ele explica, vai desde entender o perfil de risco do cliente, até disponibilizar produtos com isenção de Imposto de Renda, que neste momento de juro baixo fazem diferença na rentabilidade.

Na mesma linha, a Rio Bravo há um ano diminuiu a quantia mínima da consultoria, de R$ 1 milhão para R$ 50 mil. "Existe uma mudança no comportamento do cliente, ninguém mais está satisfeito com as rentabilidades. Criamos um departamento comercial para atender esse público", explicou o diretor comercial de pessoa física da empresa, Julio Ortiz.

Ele observa que quem possui um patrimônio menor pode cometer menos erros do que um milionário, pois as perdas podem significar muito tempo de poupança.

As instituições também apostam na queda do valor inicial exigido nas aplicações. Segundo o professor de finanças do Ibmec MG Alexandre Galvão, dois fatores explicam essa tendência: a queda dos juros e o atual perfil do brasileiro. "O banco adota uma estratégia de bloco, para agregar mais investidores e ter mais volume para investimento, porque a taxa de juros caiu e a remuneração para o banco também", disse. Segundo ele, a tendência é as consultorias modificarem seus portfólios e criarem grupos para enquadrar clientes com perfil de renda menor.

Além disso, o momento econômico brasileiro gera riqueza para as diferentes classes sociais, na visão do sócio da Global Portfolio Strategists (GPS), especializada em gestão de grandes fortunas, Marco Belda.

Esse cenário, segundo ele, faz com que a gestão do dinheiro seja profissionalizada. "Em geral, somos educados a ganhar dinheiro, mas não sabemos como investir", disse Belda.

A dica para o investidor que ainda não está habituado ao mercado é conhecer o histórico de gestão dos administradores e acompanhar a composição da carteira do fundo para saber dos riscos envolvidos. "Desempenho passado não garante rentabilidade futura, mas dá um indício da capacidade de gestão em cenários distintos", disse Galvão.

Vale lembrar que, apesar de o tamanho da carteira exigida ter diminuído, no Brasil muitos não atingem tal quantia. Por exemplo, um corte no perfil da caderneta de poupança, a forma mais comum de guardar dinheiro pelos brasileiros, mostra que 73,95% dos clientes possuem até R$ 1 mil. As poupanças acima de R$ 30 mil somam 3,15% do total.

Público-alvo. No mundo existem 11 milhões de pessoas com mais de US$ 1 milhão para investir, segundo relatório da consultoria Capgemini com dados de 2011. A riqueza total dos investidores com mais de US$ 1 milhão diminuiu 1,7% em 2011 na comparação com o ano anterior, para US$ 42 trilhões - a primeira queda desde a eclosão da crise econômica mundial em 2008, quando foi de 19,5%.

A GPS se especializou nessa altíssima renda. Atende o perfil de clientes com pelo menos R$ 3 milhões. Segundo Belda, a faixa entre R$ 10 milhões e R$ 150 milhões é a que mais cresce. "Vemos muitos clientes que tinham patrimônio imobilizado, como terrenos, fábricas, e estão vendendo para ter o dinheiro disponível", disse o especialista.

A maneira como essa assessoria personalizada é cobrada varia de acordo com o tipo de instituição. Em gestoras independentes e nos bancos, em geral, o serviço na realidade é cobrado nas taxas de administração dos fundos e outros produtos.

Quando oferecem algum produto de outra gestora ou banco, há a chamada taxa de rebate, em que o cliente paga normalmente a taxa de administração do produto e parte dela é paga para a assessoria financeira.

Outro modelo são os das consultorias sem fundos próprios, em que os clientes pagam pelo serviço prestado, independentemente das taxas de administração dos produtos indicados.