domingo, 27 de janeiro de 2013

Tesouro Direto: títulos longos vs. títulos curtos

Uma dúvida muito comum a quem investe no Tesouro Direto é a diferença de rentabilidade entre títulos idênticos, mas com prazos distintos. Abaixo reproduzimos um questionamento postado na área de comentários do artigo Rentabilidade Passada do Tesouro Direto, que ilustra bem tal dúvida:

"Tenho uma dúvida: percebi que as NTN-B que vencem nos próximos dois anos (2013 e 2015) tem tido rentabilidade mensal menor do que as que vencem em 2020 e 2024, por exemplo. Por que isto acontece? Vale a pena resgatar esses papéis agora e reinvesti-los no próprio Tesouro mas com vencimentos mais longos?"

Apesar da dúvida acima girar em torno das Notas do Tesouro Nacional Série B (NTN-B), a resposta abaixo pode ser adaptada para todo título público (prefixado ou indexado), quando comparamos títulos com características idênticas mas vencimentos distintos.

Como se sabe, para cada NTN-B adquirida recebe-se: cupom de juros semestralmente (2,93% sobre o valor nominal atualizado) e o valor nominal atualizado da NTN-B no seu vencimento (atualização esta feita através da variação do IPC-A, calculado pelo IBGE). 

O preço de uma NTN-B hoje, portanto, reflete o somatório de juros (cupom) e o valor de face da NTN-B, tudo isso descontado às taxas de juros praticadas no mercado. Ou seja, paga-se hoje uma projeção do valor que receberemos no futuro e, tal projeção, varia especialmente de acordo com as taxas de juros praticadas no mercado. 

Em outras palavras, quando os juros de mercado caem, tal como ocorreu ao longo de 2012, o preço das NTN-B sobem. Mas, quando os juros de mercado sobem, as NTN-B perdem valor. 

Além disso, temos que considerar que as NTN-B mais longas tem uma série de pagamentos (cupom de juros) mais longa e um pagamento de principal mais distante da data presente. Ou seja, o efeito do desconto da série de cupom e principal é maior do que o efeito do desconto de títulos mais curtos. 

Resumindo: 

1) quando os juros de mercado sobem, o preço das NTN-B caem. Quando os juros caem, o preço das NTN-B sobem; 

2) NTN-B mais longas são mais "sensiveis" às variações de juros de mercado. Portanto, quando as taxas caem, o preço das NTN-B mais longas sobem mais que o preço das NTN-B mais curtas. Porém, quando as taxas sobem, as NTN-B mais longas perdem mais valor que as NTN-B curtas. 

Vale então a pena adquirir somente títulos mais longos, já que a rentabilidade costuma ser maior? Depende.

Caso você tenha algum compromisso financeiro no curto prazo, tenha uma carteira com títulos curtos, pois, caso haja uma reversão dos juros de mercado e eles voltem à subir, ou então passem a variar, seus títulos perderão menos valor.

Mas, caso você não tenha compromissos no curto prazo e gostaria de arriscar um pouco mais, em busca de um prêmio (rentabilidade) maior, adquira alguns títulos mais longos. Mas tenha consciência que o risco da sua carteira (medido pela variação dos preços de seus títulos) irá aumentar.

Artigo escrito por Flávio Girão Guimarães.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Ações e o "longo prazo". Ou: "Buy and Hold" ou "Buy and Hope"?

O ditado popular de que ação é um investimento para o “longo prazo”, geralmente é seguido pela estratégia de ir adquirindo um único ativo, de uma empresa “reconhecidamente sólida”, aos poucos, ao longo de meses ou anos, na esperança de que, no “longo prazo”, este ativo gere vultosos rendimentos.

Essa estratégia carrega uma série de problemas e armadilhas. Primeiro, como escrevi no meu último artigo “Ações: o que saber antes de investir?”, fica difícil saber o que é “longo prazo”. Até porque o significado de “longo prazo” varia de pessoa para pessoa. Exemplo: uma pessoa que se encontre na melhor idade, tem uma noção de “longo prazo” muito diferente da noção de uma criança ou adolescente.

Segundo, comprar ativos de uma única empresa faz aumentar o risco do investimento, como bem demonstrou Flávio Girão no seu artigo “Por que diversificar? Ou: devo colocar todos os ovos em uma única cesta?”. Outra pergunta de difícil resposta é: o que é uma “empresa sólida”? Essa empresa ainda vai existir no momento em que eu começar a resgatar meus investimentos?

Ao longo da história, apesar das principais bolsas de valores de todo o mundo continuarem funcionando até os dias atuais, muitas empresas, que já tiveram seus papéis negociados nestas mesmas bolsas, já não estão mais presentes, seja na bolsa, seja na sociedade. Algumas foram incorporadas, outras se fundiram e outras tantas faliram. Quando uma empresa fecha capital, recompra suas ações no mercado através de ofertas públicas. E se o preço da ação estiver muito abaixo do seu Preço Médio?

O sistema “Buy and hold” (B&H) consiste em ir adquirindo, regularmente, ações de grandes empresas, com elevados volumes de negociação em bolsa de valores (conhecidas como “blue chips”) e ficar com elas por um longo período de tempo. “Blue chips” são consideradas ações de primeira linha. Porém, os riscos, ao contrário do que se pensa, são muitos. Um dos problemas é a falta de garantias de que essa empresa existirá no “longo prazo”, já que não existe empresa inquebrável e a história está cheia de exemplos.

Fora do Brasil, o banco Lehman Brothers, fundado em 1850, foi o último grande exemplo de que até as empresas centenárias e "sólidas" estão sujeitas a desaparecerem. Se algum investidor estava fazendo B&H com as ações do Lehman Brothers, um dos maiores bancos de investimento norte-americano que não resistiu à crise econômica de 2008, certamente incorreu em prejuízo irrecuperável. Alguns deles, inclusive, não vão conseguir recuperar o capital perdido à tempo de se aposentar.

No Brasil, recentemente, tivemos alguns exemplos de empresa líderes de seu segmento e que ou foram adquiridas, ou se fundiram, ou desapareceram. O problema é o momento em que estes episódios aconteceram. Boa parte das ações encontrava-se com preços baixos. Quem estava fazendo Preço Médio com essas ações, dependendo do momento que entraram na bolsa, ainda estão correndo atrás do prejuízo.

Exemplos recentes de Sadia, Aracruz Celulose, Sharp, Net e Tam, nos servem como reflexão. São, ou eram, empresas reconhecidas e consideradas por muitos profissionais do mercado, em algum momento, como empresas “sólidas”. Dependendo do período em que uma pessoa tenha entrado na bolsa, se decidiu fazer B&H com os papéis de alguma dessas empresas, deve estar tentando recuperar o capital perdido até hoje. Quem entrou no IPO da Net, viu seu dinheiro virar pó. Pode ser até que muitos nunca mais recuperem o capital perdido.

Quando um ativo encontra-se em clara e forte tendência de baixa, quais seriam as justificativas para se adquirir mais deste ativo? Quais são as razões que levam uma pessoa a colocar cada vez mais capital em uma empresa que está em franca decadência e caminhando a passos largos rumo ao abismo? A esperança. Esperança de que um dia as cotações destas empresas voltem a patamares altos, satisfazendo suas expectativas de rentabilidade. Esqueçem, porém, que não é papel do mercado satisfazer as espectativas de ninguém.

Muitos utilizam o argumento da empresa estar “barata”. Será que a empresa está realmente “barata”? Por que não pode estar “cara”? Por exemplo, quem comprou ações da Net após ela ter sido lançada na bolsa e ter caído 50%, achando que estava muito “barata”, se olhar para trás, verá que na verdade a ação estava caríssima. “Barato” e “caro” são relativos no tempo e espaço. Cem reais por um litro de água no Brasil pode ser "caro". Os mesmos cem reais por um litro de água no meio de um deserto pode se tornar "barato".

Além dos riscos relacionados à empresa, ainda se corre os riscos inerentes ao mercado. Riscos estes que estão mais relacionados à economia global, ao desempenho de um determinado país, de um determinado mercado (renda variável), de parâmetros da economia, em suma, são os riscos que não estão diretamente relacionados à empresa, mas que também são refletidos na cotação de suas ações em bolsa. Os riscos podem ser divididos em dois: risco não sistemático (aquele relacionado à empresa) e risco sistemático (relacionado ao mercado).

Por que colocar o futuro de seus investimentos nas mãos de uma só empresa? Se suas expectativas a respeito desta empresa não se concretizarem, e ela vier a fechar, o que será de seus investimentos? Ao contrário do que se costuma acreditar, os riscos incorridos na estratégia B&H são enormes. Não existe uma saída de emergência ou um plano B. A estratégia consiste, basicamente, em comprar e torcer (pergunta: a estratégia é Buy and Hold ou Buy and Hope?).

A melhor opção seria investir em algo imune a falência ou falta de negociação. Isso existe? Sim. Como é Gustavo? Você ficou maluco? Ainda não! Resposta: os índices. Enquanto houver negociação em bolsa, vão continuar existindo índices. Os índices das bolsas são compostos por um conjunto de ativos que têm como objetivo refletir o desempenho da mesma. São diversificados por natureza.

O IBOVESPA é o principal índice da bolsa de valores de São Paulo. O IBOV, que é o seu código no mercado, nada mais é que uma carteira teórica composta de ativos, geralemente representantes de diversos segmentos da economia, que visa refletir o desempenho da BOVESPA.

A diversificação das carteiras diminui seu risco. Assim, se um ativo de uma empresa que compõe o índice venha a ter um desempenho "fraco" em relação ao restante do mercado, ou até mesmo venha a virar pó, o prejuízo é diluído, já que o percentual de participação do ativo, no índice, é apenas uma pequena parte da carteira e não o todo da carteira, como aconteceria se o mesmo investidor fizesse B&H com as ações dessa empresa.

Como posso investir no índice? Existem diversas maneiras diferentes de se investir visando obter um desempenho parecido com o do IBOV. A primeira, e mais fácil, é a aquisição de cotas de fundos de investimentos em ações que tenham como referência o IBOVESPA. Qualquer pessoa que tenha conta em banco é capaz de fazer esse tipo de investimento. O problema são as altas taxas de administrações que comem boa parte dos rendimentos. Existem outras opções e elas serão abordadas futuramente.

Outra pergunta: é proibido investir em um único ativo? Não, mas para isso acontecer é necessário estudo e dedicação. É necessário conhecer bem a dinâmica do mercado, conhecer alguma técnica de análise de ativos e ter um manejo de risco muito bem definido. No primeiro texto escrevi a respeito das armadilhas do mercado e do dinheiro “fácil”. No mercado existem excelentes oportunidades prontas para serem aproveitadas por quem estiver preparado para aproveitá-las.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Novas regras de investimento da previdência complementar aberta

O Conselho Monetário Nacional, em resolução publicada no dia 2 de janeiro de 2013, alterou as regras de investimento da previdência complementar aberta, cujos produtos mais conhecidos são os PGBL* e os VGBL**.

Agora, a carteira de renda fixa de seguradoras ou Entidades Abertas de Previdência Complementar que oferecem tais produtos deverá apresentar um prazo médio remanescente de três anos e um prazo médio de repactuação de taxa de cinco anos. O prazo para adaptação das carteiras atuais às novas regras é 31 de dezembro de 2015.

O que significam tais prazos? O que muda na minha previdência?

O chamado prazo médio remanescente é, grosso modo, a média dos prazos de vencimentos dos títulos de renda fixa. Para exemplificar, suponha que a carteira de renda fixa da Seguradora Alpha é composta por:

  • R$ 100 milhões de Letras Financeiras do Tesouro (LFT), com vencimento em quatro anos; e
  • R$ 100 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN), com vencimento em seis anos.
Neste caso, o prazo médio remanescente será igual a cinco anos, pois, a média ponderada dos prazos dos títulos (quatro e seis anos) com os valores investidos (R$ 100 milhões em cada título) resultará em cinco anos.

Já no cálculo do prazo médio de repactuação de taxas, considera-se o prazo de repactuação de cada um dos títulos de renda fixa. Parece complicado, mas não é. No caso dos títulos prefixados e dos títulos corrididos pela inflação, o prazo de repactuação será igual ao prazo remanescente, como visto acima. Porém, no caso dos títulos pós-fixados, tal prazo é reduzido a um dia. Assim, em nosso exemplo acima teríamos:
  • R$ 100 milhões de Letras Financeiras do Tesouro (LFT), com prazo de repactuação de um dia; e
  • R$ 100 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN), com prazo de repactuação em seis anos.
Assim, quando ponderamos tais prazos, temos um prazo médio de repactuação de taxas de três anos.

O que muda na minha previdência?

Aos poucos, as carteiras de renda fixa dos produtos de previdência complementar aberta oscilarão diariamente um pouco mais do que de costume, o que é ruim para os investidore que enxergam (erroneamente) a previdência complementar aberta como um investimento de curto prazo.

Entretanto, carteiras "mais longas" geram maior rentabilidade no longo prazo, que é exatamente o comportamento esperado para produtos de caráter previdenciário.

Resumo da ópera. Para quem aplica em previdência complementar aberta visando o longo prazo, espera-se um aumento da rentabilidade de tais produtos, o que é excelente.

Porém, quem compra previdência pensando na variação diária da rentabilidade pode levar um susto. Neste caso, vale a pena repensar sua estratégia de investimento. Se você não suporta qualquer oscilação, esqueça a previdência e invista em fundos de renda fixa referenciados ao DI. Mas, se você reconhecer que a previdência é um produto para o médio e longo prazo, mantenha-se firme e colha os resultados. Entre as duas opções, certamente escolho a última.

Artigo escrito por Flávio Girão Guimarães.

* PGBL - Plano Gerador de Benefício Livre;
** VGBL - Vida Gerador de Benefício Líre.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Por que diversificar. Ou: devo colocar todos os ovos na mesma cesta?

Muito se fala da diversificação. A palavrinha soa sofisticada. Impressiona muita gente por aí falar que tem uma carteira diversificada. Mas afinal de contas o que é a tal diversificação e, principalmente, por que ela é tão importante?

Uma carteira de investimentos, ou portfólio, é a reunião de diversos ativos. Tal reunião tem como principal vantagem, a redução do risco de mercado, ou a variabilidade dos retornos. Tal redução é dada pela conjunção de ativos que não estejam expostos aos mesmos fatores de risco.

Por exemplo: suponha que você invista toda sua riqueza em ações da Vale, que é uma grande companhia exportadora de minérios. Caso haja uma valorização do R$ frente ao US$, a Vale receberá, pela mesma quantidade exportada, menos R$. Logo, uma valorização do R$ frente ao US$ reduzirá a receita da Vale e, por conseqüência, reduzirá a cotação de suas ações em bolsa de valores. Resultado: você fica mais pobre.

Já a Petrobras é uma empresa que importa boa parte de sua matéria prima (petróleo bruto leve). No caso específico da Petrobras, uma valorização do R$ frente ao US$ terá efeito inverso ao efeito ocorrido na Vale. Ou seja, pela mesma quantidade importada de petróleo, a Petrobras pagará menos R$. Logo, reduzem-se os custos da empresa e, por conseqüência, aumentam os resultados da petroleira. A cotação das ações da Petrobras na bolsa de valores tende a aumentar. Resultado: você fica mais rico.

Então, para reduzir o risco de seu portfólio, pelo menos o risco cambial, não seria razoável dividir seus investimentos entre as ações da Vale e da Petrobras? Assim, não seria necessário ter sorte para adivinhar se o dólar vai se valorizar ou se desvalorizar. Reduz-se, desta maneira, a possibilidade de escolher a empresa "certa" para se investir, investindo-se um pouco na empresa "certa" e outro tanto na empresa "errada".

Este exemplo simples demonstra o que poderia acontecer com duas empresas por conta de alterações da taxa de câmbio. Mas, além do câmbio, existem inúmeros outros fatores que podem e irão afetar o desempenho econômico das empresas ao longo do tempo e, por conseqüência, afetar suas cotações em bolsa. Ao diversificar seus investimentos, você estará se afastando dos resultados extremos (maiores e menores retornos), obtendo um resultado mediano. Por outro lado, o risco de sua carteira, medido pela variação dos resultados (volatilidade em economês) será certamente reduzido.

Aí está a grande importância da diversificação. A redução do risco. Esta redução será ainda maior na medida em que se acrescentem mais e mais ativos financeiros ao seu portfólio, principalmente ativos que estejam expostos a fatores de risco distintos. Por exemplo: uma carteira que seja constituída por duas siderúrgicas (ou seja, duas empresas expostas aos mesmos fatores de risco) terá risco maior do que uma carteira composta, por exemplo, por uma siderúrgica e uma fabricante de cigarros (ou seja, expostas a fatores de risco distintos).

risco de uma empresa > risco de duas empresas > risco de duas empresas que atuam em setores diferentes e, portanto, expostas a fatores de risco distintos.

Em tempo: Alan Greenspan, chairman do FED de 1987 a 2006, sempre afirmou que era impossível prever a tragetória da taxa de câmbio. Nesse assunto eu concordo plenamente com ele.

Artigo escrito por Flávio Girão Guimarães.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Segundo aniversário do ABC do Dinheiro

Hoje faz dois anos que o Blog ABC do Dinheiro iniciou suas atividades. Em 8 de janeiro de 2011, publicamos os dois primeiros artigos. Para os amigos que ajudaram a manter este blog durante os anos de 2011 e 2012 e para os caros leitores que nos prestigiam, nosso muito obrigado.

Durante o ano de 2012, o blog navegou pelos mais variados assuntos, mas nunca deixou de lado seu principal objetivo, expresso no primeiro artigo intitulado O que é o ABC do Dinheiro. Nele podemos ler que "O Blog ABC do Dinheiro tem como missão descomplicar sua relação com o dinheiro, tornando-a mais saudável, sem truques ou promessas milagrosas, apenas com a difusão de conhecimento de educação financeira.".

Foram muitos artigos sobre todos os assuntos afetos às finanças pessoais, com destaque para os artigos sobre educação financeira, impostos, investimentos e previdência. Também não podemos deixar de destacar as calculadoras financeiras, que de uma forma lúdica, rápida e prática auxiliam nossos leitores nas mais diversas situações.

Em 2013 esperamos continuar nosso trabalho, com algumas novidades e contando sempre com a ajuda de nossos leitores e amigos que, por meio do espaço destinado aos comentários, ou através da página "Fale Conosco", contribuíram para o amadurecimento do projeto, seja com críticas, elogios e sugestões.

Antes de terminar esse post de agradecimento, vamos a alguns números do Blog:

  • 422 mil pageviews;
  • 189 mil visitas;
  • 294 artigos;
  • 106 curtidas no Facebook;
  • 224 seguidores no Twitter.


Entre os artigos mais populares, podemos destacar:



Mais uma vez, nosso muito obrigado!


segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Um ano de ouro para o Tesouro Direto

Nunca um título de artigo foi tão apropriado. O ano de 2012 terminou e, como de costume, os grandes jornais e periódicos relacionaram os melhores e os piores investimentos do ano. Em todas as publicações que eu tive acesso, li que o ouro foi, de longe, o melhor investimento do ano, com uma variação de +15,85%, seguida do Dólar, que acumulou +13,61% de alta em 2012. Mas será que o Ouro e o Dólar foram, de fato, os melhores investimentos em 2012?

A tabela abaixo é uma velha conhecida dos leitores do Blog. Mensalmente o Blog ABC do Dinheiro apresenta a rentabilidade passada dos títulos negociados no Tesouro Direto, que é o programa de compra e venda de títulos públicos da Secretaria do Tesouro Nacional (STN).

Tal tabela é elaborada através dos dos preços históricos dos títulos públicos (PU) obtidos no site da STN, levando-se em consideração os eventuais juros pagos ao longo do período, conhecidos como cupons.

Título
Vencto
PU
mês
ano
12 m.
24 m.
36 m.
 LFT
07/03/17
  5.439,23
0,52%
8,57%
8,57%
#DIV/0!
#DIV/0!
 NTNB
15/08/20
  2.687,70
2,33%
28,37%
28,37%
48,47%
75,66%
 NTNB
15/05/35
  2.869,66
1,77%
35,17%
35,17%
54,48%
90,36%
 NTNB
15/08/50
  3.071,89
2,55%
#DIV/0!
#DIV/0!
#DIV/0!
#DIV/0!
 NTNBP
15/05/15
  2.123,02
1,59%
19,77%
19,77%
39,53%
61,81%
 NTNBP
15/08/24
  1.451,03
2,66%
35,96%
35,96%
58,51%
91,28%
 NTNBP
15/05/35
     872,19
0,98%
49,18%
49,18%
66,03%
#DIV/0!
 LTN
01/01/15
     859,01
0,94%
17,39%
17,39%
#DIV/0!
#DIV/0!
 LTN
01/01/16
     786,31
1,21%
#DIV/0!
#DIV/0!
#DIV/0!
#DIV/0!
 NTNF
01/01/23
  1.093,96
1,92%
#DIV/0!
#DIV/0!
#DIV/0!
#DIV/0!









Legenda:
 Indexados à taxa Selic
 Indexados ao IPCA (cupom)
 Indexados ao IPCA

 Prefixados

 Prefixados (cupom)


Neste ano, quase todos os títulos vendidos no Tesouro Direto tiveram rentabilidade superior (ou muito superior) às rentabilidades apresentadas pelo Ouro e pelo Dólar. A única exceção à essa regra foram as Letras Financeiras do Tesouro (LFT), que tem valor corrigido de acordo com a variação da taxa Selic. Ou seja, TODOS os títulos prefixados (LTN e NTN-F) ou indexados ao IPCA (NTN-B) negociados no Tesouro Direto tiveram rentabilidade superior ao ouro e ao Dólar.

Logo, o brilho do ouro, com sua rentabilidade de +15,85% não parece tão intenso quando comparamos, por exemplo, com a variação de +49,18% das NTN-B Principal com vencimento em 2035!

Obviamente, nunca é demais lembrar que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura e que este este artigo é meramente informativo e não deve ser considerado como recomendação de investimento, nem deve servir como única base para tomada de decisões de investimento.