segunda-feira, 30 de maio de 2011

Reajuste de aluguel – junho de 2011

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou nesta semana o IGP-M de maio de 2011 (0,43%). Com esse resultado, o IGP-M acumula alta de 9,76 % nos últimos doze meses.

Por se tratar do principal índice utilizado no reajuste do aluguel, o ABC do Dinheiro mantém na página Calculadoras uma ferramenta para auxiliar no cálculo do reajuste do seu aluguel, caso você tenha um contrato com vencimento em junho de 2011. Aproveite!

Reajuste de aluguel – junho de 2011

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou nesta semana o IGP-M de maio de 2011 (0,43%). Com esse resultado, o IGP-M acumula alta de 9,76 % nos últimos doze meses.

Por se tratar do principal índice utilizado no reajuste do aluguel, o ABC do Dinheiro mantém na página Calculadoras uma ferramenta para auxiliar no cálculo do reajuste do seu aluguel, caso você tenha um contrato com vencimento em junho de 2011. Aproveite!

domingo, 29 de maio de 2011

Por que complementar a sua Previdência?


Tendo em vista que os recursos, no mundo tal como o conhecemos, são limitados, diariamente
somos obrigados a fazer escolhas. Uma escolha importante, que está presente todos os dias na tomada de decisão de todas as pessoas, é a escolha entre o presente e o futuro. Seja quando decidimos poupar, contratar um seguro, comprar um bem. Até mesmo na hora em que acordamos, estamos, de uma maneira ou de outra, no presente, alterando nosso futuro, seja ele no curto, médio ou longo prazo. A decisão de contratar ou não um plano de previdência privada é mais uma dessas escolhas que temos que fazer no presente e que trará consequencias, em maior ou menor grau, para nosso futuro. A questão é: contrato um plano de previdência complementar ou fico apenas com a Previdência Social (PS)? O presente texto não tem a pretensão de esgotar o assunto, mas sim de fomentar a reflexão a respeito de um tema tão importante para o futuro de todos nós.

No passado, poucas categorias de trabalhadores tinham direito a aposentadoria. Como no começo havia uma base larga de contribuintes e poucos beneficiários, os recursos acabaram sendo utilizados para outros fins, além de terem possibilitado a concessão de altas aposentadorias e pensões. Com o passar do tempo, novas categorias foram sendo incorporadas, aumentando ainda mais a base de beneficiários, sem que houvesse a contrapartida necessária nas contribuições. Muitos já entravam no sistema recebendo benefícios sem nunca terem contribuído. Na constituição de 1988, as concessões chegaram ao auge e todos os cidadãos ganharam o direito de ingresso, agravando ainda mais a situação. Mais uma vez, a PS passou a pagar aposentadorias e outros benefícios sociais a pessoas que nunca contribuíram. A aplicação dos recursos da PS para outros fins, somada ao alargamento desordenado da base de contribuintes e beneficiários, acabou por agravar a situação da PS, forçando o governo a tomar medidas nada populares, mas necessárias a sobrevivência do sistema.

A PS brasileira funciona no regime de repartição simples, onde as contribuições dos trabalhadores ativos são integralmente utilizadas para pagar os benefícios aos aposentados e pensionistas, porém, a arrecadação não é suficiente para pagar integralmente esses benefícios, o que obriga o Governo a aportar recursos extras para cobrir tal diferença. Essa diferença é conhecida como déficit da PS (ou, como é popularmente conhecido, o "rombo" da PS) que, somente no ano de 2009, somou R$ 43 Bilhões. Existem fatores naturais que tendem a agravar ainda mais esse desequilíbrio, aumentando ainda mais o “rombo”, são eles:

1) na década de 50, a relação entre trabalhadores ativos e assistidos era de 8 para 1. Na década de 70, essa relação passou a ser de 4,2 para 1. Atualmente, é de um pouco menos de 2 para 1. Estimativas apontam que chegaremos a 2030 com quase 1 para 1. Cada vez menos contribuintes para uma base cada vez maior de beneficiários, o que torna o regime de repartição deficitário por natureza.

2) o aumento da expectativa de vida da população, fazendo com que os assistidos de hoje recebam os benefícios, em média, por mais tempo do que os assistidos do passado.

3) diminuição da fecundidade que, futuramente, se refletirá na diminuição da base de trabalhadores ativos (contribuintes). A taxa caiu de 6 filhos por mulher na década de 50 para cerca de 3 filhos por mulher na década de 80. Atualmente, esse número não chega a 2 filhos por mulher.

4) a economia informal, onde o sujeito trabalha sem contribuir para a previdência. Mesmo não contribuindo, o sujeito consegue ter acesso ao benefício social mínimo da PS.

5) o casamento, cada vez mais frequente, de pessoas com grande diferença de idade, impactando diretamente no tempo de concessão dos benefícios, no caso de morte do contribuinte de maior idade.

Podemos imaginar que, se nada for alterado, o curso natural é o de um aumento progressivo do "rombo" da previdência. Assim, espera-se que as mudanças que possam vir, nas regras de concessão de benefícios ou de contribuições (diretas ou indiretas), sejam mudanças na direção de diminuírem os benefícios e/ou aumentarem as contribuições. Olhando-se para o histórico da PS, nada impede que direitos que temos hoje possam ser alterados ou até mesmo extintos amanhã. Nesse cenário, a Previdência Complementar surge como uma boa opção para aqueles que desejam se resguardar de privações futuras, em um momento em que nossa renda tende a cair e boa parte de nossos gastos tende a aumentar. Pense nisso!

Artigo escrito por Gustavo Garcia

Análise técnica ativos bovespa - 30 de maio a 03 de junho de 2011

IMPORTANTE: As análises contidas não devem ser consideradas como recomendações de compra ou venda de ativos, tendo como principal objetivo o aprimoramento e difusão dos conhecimentos de Análise Técnica (AT). O leitor deve ter em mente que ele é o único responsável por suas decisões dentro do mercado, levando sempre em conta o risco inerente a este tipo de operação.




terça-feira, 24 de maio de 2011

Previdência Privada: Benefícios Tributários




Os Planos de Previdência foram criados para receber a Poupança de longo prazo das famílias. Para incentivar a utilização desses produtos foram incluídos incentivos tributários que permitem reforçar seu rendimento no longo prazo. Entre os benefícios oferecidos pelo produto estão:
  • Não Incidência de Come-Cotas;
  • Escolha da Tabela de Pagamento de IR; e 
  • Diferimento Tributário.


Para entender os benefícios, vamos começar explicando o conceito de Come-Cotas. Nos fundos de investimento, a cada 6 meses, o governo cobra Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos auferidos, retirando o valor referente ao imposto da quantidade de cotas (dai o seu nome) e não do rendimento.

Nos Planos de Previdência o IR só é cobrado no momento do Resgate ou do Recebimento do Benefício. Durante o período de acumulação todo o rendimento fica para o participante, aumentando o "poder" do Juro Composto. Esse benefício parece pequeno no curto prazo, mas quando olhamos o impacto na reserva após 30 anos, podemos verificar uma diferença na reserva de mais de 30% somente pela não incidência do Come-Cotas.

Outro benefício interessante dos Planos de Previdência é a possibilidade de escolher a forma como os recursos serão tributados. Existem 2 (duas) Tabelas de Pagamento de IR para o produto: a Progressiva, que obedece a tabela por faixas que é utilizada para tributar a renda (a mesma da renda obtida com salário) que começa em 0% e vai até 27,5% (calculada em função da renda total do contribuinte) e a Regressiva, que considera uma tabela de IR em função do tempo do aporte, regredindo de 35% até 2 (dois) anos para 10% após 10 anos.

No caso da tabela Progressiva de Imposto de Renda, um resgate ou renda pago ao participante é tributado na fonte em 15% (pela empresa de previdência) e o participante precisa fazer o ajuste na Declaração de Imposto de Renda. Nesse momento, o valor recebido da empresa de previdência passa a compor a base de renda tributável e os 15% retidos são considerados como imposto pago, tendo o participante que pagar ou receber a diferença. Na tabela Regressiva, o Imposto é cobrado de forma definitiva, no momento do resgate, de acordo com a tabela (não sendo permitido ajuste na declaração de IR).

Por último, mas não menos importante, está o benefício mais conhecido em previdência - o Diferimento Tributário - que permite que os contribuintes apliquem até 12% da sua Renda Bruta Tributável em PGBL (fundos de previdência que permitem diferimento tributário) abatendo esse valor da sua base tributária (apenas para os que fazem Declaração Completa de IR). Assim, uma pessoa que ganha R$ 50 mil por ano, pode aplicar R$ 6 mil num PGBL e essa aplicação gera uma restituição (ou uma redução do imposto a pagar) de R$ 1,65 mil (se estiver sendo tributado pela alíquota de 27,5%). Vale lembrar que para usufruir desse benefício, o participante tem que contribuir para o INSS e a soma das deduções (INSS, Saúde, Educação, PGBL,...) devem ultrapassar os 20% de desconto concedidos para quem optar pela Declaração Simplificada de IR.

Se cada um desses benefícios isoladamente já é interessante, a utilização de todos torna os Planos de Previdência um produto muito importante para o planejamento financeiro de médio e longo prazo das famílias. Num país que arrecada em impostos mais de 40% do PIB, reduzir ao máximo os impostos pagos é mais que uma necessidade, é uma obrigação! Pensem nisso!


Artigo escrito por Pedro Borges Neto, CFP


Previdência Privada: Benefícios Tributários







Os Planos de Previdência foram criados para receber a Poupança de longo prazo das famílias. Para incentivar a utilização desses produtos foram incluídos incentivos tributários que permitem reforçar seu rendimento no longo prazo. Entre os benefícios oferecidos pelo produto estão:
  • Não Incidência de Come-Cotas;
  • Escolha da Tabela de Pagamento de IR; e 
  • Diferimento Tributário.

Para entender os benefícios, vamos começar explicando o conceito de Come-Cotas. Nos fundos de investimento, a cada 6 meses, o governo cobra Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos auferidos, retirando o valor referente ao imposto da quantidade de cotas (dai o seu nome) e não do rendimento.

Nos Planos de Previdência o IR só é cobrado no momento do Resgate ou do Recebimento do Benefício. Durante o período de acumulação todo o rendimento fica para o participante, aumentando o "poder" do Juro Composto. Esse benefício parece pequeno no curto prazo, mas quando olhamos o impacto na reserva após 30 anos, podemos verificar uma diferença na reserva de mais de 30% somente pela não incidência do Come-Cotas.

Outro benefício interessante dos Planos de Previdência é a possibilidade de escolher a forma como os recursos serão tributados. Existem 2 (duas) Tabelas de Pagamento de IR para o produto: a Progressiva, que obedece a tabela por faixas que é utilizada para tributar a renda (a mesma da renda obtida com salário) que começa em 0% e vai até 27,5% (calculada em função da renda total do contribuinte) e a Regressiva, que considera uma tabela de IR em função do tempo do aporte, regredindo de 35% até 2 (dois) anos para 10% após 10 anos.

No caso da tabela Progressiva de Imposto de Renda, um resgate ou renda pago ao participante é tributado na fonte em 15% (pela empresa de previdência) e o participante precisa fazer o ajuste na Declaração de Imposto de Renda. Nesse momento, o valor recebido da empresa de previdência passa a compor a base de renda tributável e os 15% retidos são considerados como imposto pago, tendo o participante que pagar ou receber a diferença. Na tabela Regressiva, o Imposto é cobrado de forma definitiva, no momento do resgate, de acordo com a tabela (não sendo permitido ajuste na declaração de IR).

Por último, mas não menos importante, está o benefício mais conhecido em previdência - o Diferimento Tributário - que permite que os contribuintes apliquem até 12% da sua Renda Bruta Tributável em PGBL (fundos de previdência que permitem diferimento tributário) abatendo esse valor da sua base tributária (apenas para os que fazem Declaração Completa de IR). Assim, uma pessoa que ganha R$ 50 mil por ano, pode aplicar R$ 6 mil num PGBL e essa aplicação gera uma restituição (ou uma redução do imposto a pagar) de R$ 1,65 mil (se estiver sendo tributado pela alíquota de 27,5%). Vale lembrar que para usufruir desse benefício, o participante tem que contribuir para o INSS e a soma das deduções (INSS, Saúde, Educação, PGBL,...) devem ultrapassar os 20% de desconto concedidos para quem optar pela Declaração Simplificada de IR.

Se cada um desses benefícios isoladamente já é interessante, a utilização de todos torna os Planos de Previdência um produto muito importante para o planejamento financeiro de médio e longo prazo das famílias. Num país que arrecada em impostos mais de 40% do PIB, reduzir ao máximo os impostos pagos é mais que uma necessidade, é uma obrigação! Pensem nisso!


Artigo escrito por Pedro Borges Neto, CFP


domingo, 22 de maio de 2011

Calculadora: como escolher um Plano de Previdência?

PGBL ou VGBL? Tabela regressiva ou progressiva? Descubra qual o plano ideal para as suas necessidades aqui.

Esta calculadora foi desenvolvida a partir do texto Como escolher um produto de previdência.


Como utilizar nossa calculadora?

Para escolher bem um plano de previdência, precisamos responder 5 (cinco) perguntas:

1. Quais são os seus projetos financeiros?

Resposta 1: Você tem projetos financeiros para horizontes de tempo superiores a 5 anos ou precisa de uma renda para complementar/substituir a previdência social ou quer planejar sua sucessão.
Resposta 2: Você tem projetos financeiros de curto prazo, não precisa de uma renda para complementar/substituir a previdência social e não quer planejar sua sucessão.

2. Qual a sua situação atual?

Resposta 1: Já tenho dinheiro acumulado e quero transformá-lo em renda.

Resposta 2:Tenho que acumular recursos para o futuro.

3. Como você faz a sua declaração de imposto de renda (IR)?

Resposta 1: Preencho a declaração completa de Imposto de Renda (IR) e sou contribuinte da previdência social.

Resposta 2: Preencho a declaração simplificada de IR ou sou isento ou não contribuo para a previdência social.


4. Qual a sua necessidade sobre o capital investido e o seu grau de aversão a risco?

Resposta 1: Posso precisar do dinheiro no curto/médio prazo (menos de 5 anos) ou sou muito conservador (não aceito ver uma redução nos meus investimentos ao final de 1 mês).

Resposta 2: Não vou precisar do dinheiro no curto/médio prazo, mas não aceito uma redução grande nos meus investimentos ao final de 1 ano.

Resposta 3: Sou investidor de longo prazo e aceito de forma tranqüila uma queda grande nos meus investimentos, pois acredito em uma futura recuperação.

5. Qual a sua necessidade sobre o capital investido e a sua provável situação futura?

Resposta 1: Posso precisar do dinheiro no curto prazo (menos de 5 anos) e/ou acredito que estarei isento de IR (sobre renda) no momento do resgate ou benefício.

Resposta 2: Não precisarei do dinheiro no curto prazo e devo estar nas faixas de renda mais elevadas de IR (sobre a renda) no momento do Resgate ou Benefício.


Atenção: para visualizar a calculadora é necessário que o seu navegador esteja habilitado para ler vídeos e flash. Caso não esteja conseguindo visualizar a calculadora clique aqui para acessá-la

Calculadora desenvolvida pelo ABC do dinheiro.

sábado, 21 de maio de 2011

Análise técnica ativos bovespa - 23 de maio a 27 de maio de 2011


IMPORTANTE: As análises contidas não devem ser consideradas como recomendações de compra ou venda de ativos, tendo como principal objetivo o aprimoramento e difusão dos conhecimentos de Análise Técnica (AT). O leitor deve ter em mente que ele é o único responsável por suas decisões dentro do mercado, levando sempre em conta o risco inerente a este tipo de operação.


quinta-feira, 19 de maio de 2011

Operando com LTN - Letras do Tesouro Nacional

Recebemos em nossa página Fale Conosco um estudo de caso do amigo KWN, sobre operações com LTN - Letras do Tesouro Nacional. Tal assunto pode interessar aos atuais e potenciais investidores do Tesouro Direto. Fica apenas o alerta que o assunto foi  tratado no início de março. Portanto, as taxas, prazos e rentabilidades apresentadas diferem das taxas e rentabilidades dos títulos públicos do Tesouro Direto hoje. Não obstante, a análise permanece válida.


"Possuo investimento em Tesouro Direto. São quatro lotes de LTN, um com vencimento em 01/01/2012 (LTN010112) e três com vencimentos em 01/01/2013 (LTN010113). Como as taxas de juros estão subindo, vale a pena vender alguns destes títulos, mesmo pagando uma alíquota de imposto de renda maior, e recomprar novos títulos (e pagar nova taxa de compra) para garantir um rendimento maior por um tempo maior (por exemplo, para 2014, 2015,...)? Trabalho com uma corretora que não cobra taxa de custódia, pago apenas a taxa anual para a CBLC.

 Não sei se as taxas vão continuar subindo, por isso, se eu comprar agora vou garantir um rendimento maior.

Dos títulos que possuo, os LTN010112 terão 590 dias decorridos da data de compra até a data do vencimento, ou seja, pagarei no mínimo 17,5% de IR. Os LTN010113, todos são títulos acima de 720 dias, ou seja pagarei 15% de IR se eu ficar com eles até final.


Meu raciocínio está correto? Informo também que não necessito dos valores investidos em médio prazo (4/8 anos).


Obrigado pela atenção,


Atenciosamente


KWN"



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Caro KWN,

Sempre que falamos de investimento temos que ter em mente algumas coisas:

a) horizonte tempo, ou o tempo que você dispomos para investir;

b) a propensão ao risco, ou o quanto estamos dispostos a aceitar variações no valor dos nossos investimentos (inclusive variações negativas); e

c) o valor que temos disponível para aplicar.

Seu relato já me deu pistas que me permitem responder às três perguntas acima. Se você já investe atualmente em Letras do Tesouro Nacional (LTN), posso crer que você tem uma boa propensão a aceitar riscos maiores, pois, por se tratar de um título prefixado, sem pagamentos intermediários (cupons), o preço da LTN (ou o seu PU) costuma variar bastante.

Você também relatou que seu horizonte de tempo é superior a quatro anos. No Brasil, tal prazo é considerado longo prazo. Para você, que está disposto a aguardar tanto tempo isso é ótimo. Para o Brasil, ainda acostumado com a cultura do overnight e do DI, isso é péssimo.

Por fim, quando você descreve que quer “trocar” os títulos, suponho que você neste momento não possui recursos adicionais além dos títulos da sua carteira (uma LTN 2012 e três LTNs 2013).

Bem, a LTN é um título que paga bem àqueles que acreditam que os juros pagos pelo Tesouro Nacional por esse título até a data do vencimento são maiores que os juros que vão ocorrer de fato. Em condições normais, a LTN paga um prêmio aos investidores pelo risco de carregar esse título durante um longo período de tempo.

A LTN é um título público relativamente simples e, ao mesmo tempo, arriscado. O motivo da simplicidade e do risco embutido na LTN se deve ao fato do título em questão ser prefixado, sem pagamentos intermediários (chamados cupons). Portanto, ao comprar uma LTN hoje, você sabe exatamente quanto receberá no vencimento, ou seja, R$ 1.000,00 por cada título. Por outro lado, até o vencimento do título, o preço unitário de cada LTN (ou o seu PU) varia ao sabor das variações da curva de juros. Aumentos na curva de juros levam a quedas do PU da LTN. O contrário também é verdade, quedas na curva de juros elevam o PU das LTN.

Entretanto, estimar a taxa futura de juros está muito além da proposta do site e da nossa capacidade. Caso você queira consultar a opinião dos oráculos da economia brasileira acerca do futuro da Taxa Selic, sugiro uma visitinha na página do Banco Central do Brasil, http://www.bcb.gov.br/?FOCUS.

Abaixo, apresento um quadro com as principais informações sobre as LTN disponíveis no Tesouro Direto. Os dados foram coletados em 11 de março de 2011.


Com base no quadro acima, vemos que o prêmio das LTN aumenta um pouco entre 2012 e 2013 e, a partir daí, mantém-se intalterado. Como disse anteriormente, qualquer coisa acima de três anos no Brasil é considerado longo prazo e, nesses casos, a curva de juros costuma ficar reta (ou flat no jargão de mercado). Ou seja, você não ganha prêmio por comprar títulos com vencimentos mais longos.

Se o seu horizonte de investimento é superior a quatro anos e a sua propensão ao risco permite alguns “solavancos” no meio do caminho, a troca dos títulos no sentido de alongar o vencimento de seu portfólio terá como efeito prático garantir o prêmio acima até 2015. Entretanto, seu ganho nos primeiro anos será praticamente o mesmo da sua carteira atual.

Quanto aos custos de transação, lembre-se que independentemente do valor cobrado pela corretora (zero no seu caso), há uma cobrança de 0,10% sobre o valor da transação e 0,30% ao ano, recolhidos em favor da Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia – CBLC.

Você também bem lembrou a cobrança do Imposto de Renda. Os rendimentos das aplicações no Tesouro Direto, bem como qualquer rendimento em renda fixa (inclusive fundos de investimento), são tributados com alíquotas decrescentes, de acordo com o prazo da aplicação:

22,50% para aplicações com prazo inferior a seis meses;
20,00% para aplicações com prazo entre seis meses e um ano;
17,50% para aplicações com prazo superior a um ano e inferior a dois anos; e
15,00% para aplicações com prazo superior a dois anos.

Ou seja, na hora do resgate, são feitas algumas contas:

  • qual foi o rendimento no período;
  • por quanto tempo o título foi adquirido (data do resgate menos data da aquisição do título);
  • por fim, multiplica-se o rendimento do período pela alíquota correspondente ao prazo.
Portanto, na hora de fazer as contas sobre o seu ganho na troca, exclua do diferencial de rentabilidade entre os títulos 0,10%, que será cobrado no momento da transação, e o diferencial da alíquota de IR sobre os rendimentos.

Atenciosamente,

ABC do Dinheiro

terça-feira, 17 de maio de 2011

Previdência Privada Vale a Pena? 2/2





Continuação do artigo Previdência Privada Vale a Pena? 1/2

 Outro benefício importante é a possibilidade, no momento da contratação do plano, de optar entre 2 (duas) tabelas de Imposto de Renda o qual incidirá sobre os resgates ou benefícios recebidos.

  • Na tabela progressiva (padrão) no momento da saída do dinheiro é feita uma retenção de 15% e o valor recebido (valor bruto antes da retenção) deve ser incluído como renda tributável do ano em questão, devendo ser feito o ajuste na declaração de IR (pagamento da diferença de alíquota ou restituição do IR pago – conforme o caso).
  • Na tabela regressiva (opção no momento da contratação), os valores recebidos são tributados de forma definitiva em função do tempo de permanência do dinheiro no plano. As alíquotas começam em 35% (até 2 anos) e chegam a 10% (após 10 anos), devendo o prazo de cada aplicação ser controlado, pois no caso de resgate ou renda financeira a definição da alíquota de cobrança do IR é feito com base no modelo PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai) e no caso de rendas atuariais com base no modelo PMP (prazo médio ponderado).
Para quem está planejando sua sucessão, os próximos dois benefícios são muito bons, pois permitem simplificar e baratear o processo de transferência de recursos aos beneficiários escolhidos.

Por não passar por inventário, os planos de previdência são uma alternativa interessante para garantir que no momento que o participante venha a faltar seus beneficiários escolhidos (sejam herdeiro legal ou não) recebam os valores definidos de forma rápida, e sem burocracia – após a entrega dos documentos que comprovam o falecimento do participante. Esse benefício pode ser utilizado para grande parte do patrimônio, mas deve garantir ao menos o mínimo necessário para garantir a tranqüilidade dos beneficiários enquanto esperam o final do espólio, que pode ser custoso e muito demorado.

Por último, mas não menos importante, em caso de morte do participante, sobre os valores pagos aos beneficiários de um plano de previdência existe o benefício de não pagar ITCMD (Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação) que é cobrado sobre quase todos os eventos de transferência de titularidade de bens e diretos (doações, heranças, aquisição,...). Como é de competência estadual, a alíquota e os limites de isenção podem variar bastante, mas na grande maioria ficam em torno de 2% a 6% sobre o valor do bem ou direto.


Artigo escrito por Pedro Borges Neto, CFP


domingo, 15 de maio de 2011

Resumo histórico das análises técnicas do ABC do dinheiro - Maio 2011

A idéia deste texto é fazer um breve resumo do que aconteceu desde a nossa primeira análise técnica semanal, lançada na primeira semana de fevereiro de 2011. Na semana que antecedeu a nossa primeira análise semanal, o IBOVESPA havia saído de 69.000 pontos para os 67.000 pontos. Já em nossa primeira análise chamamos a atenção para a possibilidade do preço de Usiminas PNA (USIM5), que na época estava em torno dos R$ 19,00, alcançar os R$ 15,00, o que aconteceu durante as duas últimas semanas. Chamamos também a atenção para o importante suporte existente em BMFBOVESPA ON (BVMF3) nos R$ 11,00. Suporte este respeitado até hoje.

Já na segunda semana de fevereiro apontamos que o IBOV havia entrado em uma tendência de baixa. Na terceira semana apontávamos para a possibilidade de uma leve subida até os 68.000 pontos por parte do IBOV, sem comprometimento da tendência de baixa em que o IBOV havia entrado. Durante o começo de abril, o IBOV atingiu os 68.000 pontos, retomando a tendência de baixa logo em seguida, tendência que se mantém até hoje.

Durante nossas análises, apontamos alguns possíveis trades. De um total de 5 trades, 3 obtiveram lucro e 2 foram estopados com prejuízo. Todos estes trades foram apontados em nossas análises semanais. A planilha abaixo elenca os trades, a data de entrada e os pontos de saída, seja via stop seja via realização total ou parcial de lucros:



Com base na tabela acima, podemos observar que, mesmo nos dois trades que acionaram os stops, a relação custo/benefício de ambos era bastante favorável, já que estávamos arriscando menos de 3%, tendo uma possibilidade de lucro de 8%. Estes trades que não foram a nosso favor mostram também a importância do uso do Stop. Se não tivéssemos um plano de saída no primeiro trade de 28 de fevereiro, onde saímos com um prejuízo de 2,68%, estaríamos amargando um prejuízo de quase 16% hoje. O Stop é a nossa saída de emergência e nunca devemos abrir mão dele.

Os trades que trouxeram lucros foram trades de VENDA. Este também é um ponto importante e que poucos conhecem e exploram, que é o trade de VENDA. Quando o mercado cai e a maioria dos ativos entra em tendência de baixa, o melhor a se fazer é trabalhar na ponta vendedora. As bolsas de valores disponibilizam mecanismos para aqueles que queiram lucrar com as quedas nos preços dos ativos, dentre eles destacamos a venda alugada de ativos ou a venda a descoberto disponível para operações de day trade.

A utilização de stop, a identificação de tendências, suportes/resistências, bem como técnicas para se lucrar quando o mercado cai, serão temas tratados em posts futuros do ABC do dinheiro. A partir desta semana, o ABC do dinheiro disponibilizará uma série de artigos introduzindo os principais conceitos desta que é uma das mais poderosas ferramentas de análise de ativos disponíveis no mercado, que é a Análise Técnica.

Artigo escrito por Gustavo Garcia

Análise técnica ativos bovespa - 16 de maio a 20 de maio de 2011

IMPORTANTE: As análises contidas não devem ser consideradas como recomendações de compra ou venda de ativos, tendo como principal objetivo o aprimoramento e difusão dos conhecimentos de Análise Técnica (AT). O leitor deve ter em mente que ele é o único responsável por suas decisões dentro do mercado, levando sempre em conta o risco inerente a este tipo de operação.





terça-feira, 10 de maio de 2011

Previdência Privada Vale a Pena? 1/2





No artigo Como escolher um Produto de Previdência mostramos como escolher, de forma simples, o melhor plano de previdência para cada perfil de cliente, mas os fatores que tornam esses produtos interessantes se dividem em dois grupos:

 Benefícios tributários para o participante
·         Diferimento do Imposto de Renda
·         Não incidência come-cotas
·         Opção entre 2 (duas) tabelas de IR

Benefícios para a sucessão do participante
·         Recursos livres de inventário
·         Transmissão livre de ITCMD


O mais conhecido benefício dos produtos de previdência é a possibilidade de diferir (levar para o futuro) o pagamento de Imposto de Renda. Isso ocorre porque as contribuições feitas para um PGBL (também possuem esse benefício os FAPI e Fundos de Pensão) podem ser deduzidos da renda bruta tributável até um limite de 12%. Esse benefício é considerado apenas um diferimento, pois no momento do resgate ou recebimento do benefício tanto o principal quanto o rendimento são tributados.

Mesmo sendo um grande benefício concedido aos detentores de planos de previdência, poucas pessoas sabem que ele só pode ser utilizado por quem faz declaração completa de Imposto de Renda e contribui para a Previdência Social e adquirir um PGBL sem cumprir esses requisitos não é um bom negócio, pois não fará jus ao benefício do diferimento, mas arcará com o custo de tributação sobre o principal no momento da saída.  Para quem é isento ou utiliza a declaração simplificada de Imposto de Renda existem os VGBL, que não permitem o diferimento, mas sofre tributação apenas sobre o rendimento no momento do resgate ou recebimento do benefício.

Diferente do benefício do diferimento, é inerente aos PGBL e VGBL não pagar come-cotas, representando um grande benefício para os investidores de médio e longo prazo dos planos de previdência. O come-cotas recebe esse nome porque nos fundos de investimento (sobre os quais ele incide) o resultado é apurado a cada 6 (seis) meses (maio e novembro) e o IR é cobrado em quantidade de cotas – não impactando a rentabilidade do investimento, mas sim a quantidade de cotas que o investidor detém.

Continua no próximo artigo Previdência Privada Vale a Pena? 2/2


Artigo escrito por Pedro Borges Neto, CFP



domingo, 8 de maio de 2011

Calculadora: transformação de taxas de juros

Calculadora que converte taxas de juros mensais em anuais ou diárias, taxas anuais em diárias ou mensais e taxas diárias em mensais ou anuais.

Se o meu cartão de crédito tem uma taxa de juros mensal de 10%, quanto será a  taxa de juros equivalente em um ano? Se a minha poupança render a uma taxa média mensal de 0,60%, qual será o rendimento equivalente em um ano? Tenho uma aplicação que me rende 0,04%, em média, por dia, quanto me renderá em um mês? O site abcdodinheiro disponibiliza quatro calculadoras reunidas em uma que farão todos estes cálculos de maneira rápida e fácil para você. Divirta-se!

Como utilizar nossa calculadora?

1) Transformação taxa anual: você insere a taxa de juros anual que você deseja transformar e a calculadora mostra quais seriam as taxas equivalentes no semestre, mês e dia. Base de 252 dias úteis.

2) Transformação taxa diária: você insere a taxa de juros diária que você deseja transformar e a calculadora mostra quais seriam as taxas equivalentes no ano, semestre e mês. Base de 252 dias úteis.

3) Transformação taxa mensal: você insere a taxa de juros mensal que você deseja transformar e a calculadora mostra quais seriam as taxas equivalentes no ano, semestre e mês. Base de 252 dias úteis.

4) Transformação taxa: esta calculadora engloba as funcionalidades das outras três e ainda incorpora a possibilidade de se escolher o tipo de taxa que se está utilizando (252 dias ou 360 dias). As outras calculadoras utilizam a taxa de 252 dias úteis para fazerem as transformações. Nesta parte você precisará fornecer os seguintes dados:

     a) Taxa: informar a taxa no formato 0.00. Ex: se a taxa for de 10%, informar 0.10. Se a taxa for de 5.67%, informar 0.0567 e assim por adiante.

     b) Base Taxa: informar se a taxa informada acima é anual, mensal ou diária.

     c) Tipo Taxa: informar se a taxa informada está expressa em dias úteis (252 dias no ano ou 21 dias no mês) ou em dias corridos (360 dias no ano ou 30 dias por mês).

     d) Resultado: informar a taxa equivalente que se quer obter no Resultado.



Atenção: para visualizar a calculadora é necessário que o seu navegador esteja habilitado para ler vídeos e flash. Caso não esteja conseguindo visualizar a calculadora clique aqui para acessá-la

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Análise técnica ativos bovespa - 09 de maio a 13 de maio de 2011

IMPORTANTE: As análises contidas não devem ser consideradas como recomendações de compra ou venda de ativos, tendo como principal objetivo o aprimoramento e difusão dos conhecimentos de Análise Técnica (AT). O leitor deve ter em mente que ele é o único responsável por suas decisões dentro do mercado, levando sempre em conta o risco inerente a este tipo de operação.




quinta-feira, 5 de maio de 2011

Previdência Complementar: não tema!


O brasileiro é desconfiado por natureza quando o assunto é investimento. E não é por menos. Durante os anos oitenta e noventa, várias tentativas frustradas de debelar com as altas taxas de inflação tiveram impactos significativos no bolso de poupadores e investidores. Abaixo, recordo alguns destes episódios e algumas das conseqüências sobre poupadores e investidores:


  • Plano Cruzado (fevereiro de 1986): entre outras medidas, substituição da Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional (ORTN), título da dívida pública instituído em 1964, indexador dos títulos públicos, pela Obrigação do Tesouro Nacional (OTN), cujo valor foi fixado e congelado por um ano;
  • Plano Verão (dezembro de 1989): entre outras medidas, modificava o índice de rendimento da caderneta de poupança, e extinguia a OTN, importante fator de correção monetária;
  • Plano Collor (março de 1990): entre outras medidas, confisco de 80% de todos os depósitos do overnight, das contas correntes ou das cadernetas de poupança que excedessem a NCz$ 50 mil (Cinqüenta Mil Cruzados Novos, que equivalem hoje a R$ 8 mil). Os recursos foram congelados por 18 meses, recebendo durante esse período uma rentabilidade equivalente a taxa de inflação mais 6% ao ano.

Apenas com o advento do Plano Real, em fevereiro de 1994, o Brasil iniciou um ciclo de estabilidade financeira e redução dos índices de inflação a níveis próximos aos dos países de economia estável. Acabaram os chamados “pacotes econômicos”, as surpresas indesejadas e inesperadas e as quebras de contrato. Encerrou-se, desta forma, um período conturbado da economia brasileira, mas, muita desconfiança ficou pairando no ar...

Em meados de 2002, oito anos após a edição do Plano Real, o Brasil mergulhou novamente em um período de turbulência econômica, com queda nos investimentos externos, desvalorização expressiva do real frente ao dólar norte-americano e aumento dos índices de inflação. Tal anomalia dos mercados decorria do chamado “risco Lula” ou, em outras palavras, do risco do que poderia acontecer a poupadores e investidores após a posse do novo presidente. Muitos acreditavam na edição de novos planos econômicos, com confisco de poupança, congelamento de preços, alteração no câmbio e outras medidas heterodoxas. Para nossa sorte, nada disso se confirmou. As bases da economia foram mantidas e o país voltou à normalidade econômica.

Essa pequena lembrança histórica nos permite entender porque tantas pessoas se sentem inseguras em aderir a um plano de previdência complementar no Brasil, mesmo com as muitas vantagens que este tipo de produto pode oferecer aos investidores no longo prazo, quais sejam:

  • eliminação do famigerado come-cotas dos fundos de investimento nos quais os recursos estão aplicados (PGBL/VGBL);
  • redução da renda bruta tributável para fins de recolhimento do Imposto de Renda (PGBL); e
  • redução progressiva do Imposto de Renda, incidente sobre os rendimentos dos fundos de investimento nos quais o recursos estão aplicados (PGBL/VGBL).

Com tantas vantagens, por que as pessoas relutam em aderir a tais planos? A resposta é simples, a crença enraizada nos investidores e poupadores brasileiros que os planos de previdência complementar só trazem benefícios no longo prazo e, em um país cujos investidores cresceram aplicando no overnight (aplicação de um dia) e ainda ressentido com a lembrança histórica dos “pacotes econômicos”, deixar o dinheiro “parado” em um plano de previdência no longo prazo parece ser algo impensável. Não deveria.

As vantagens de se aplicar em um plano de previdência já iniciam no momento de sua contratação, e seus benefícios se potencializam no longo prazo. Vamos demonstrar isso no nosso próximo artigo.

Artigo escrito por Flávio Girão Guimarães

terça-feira, 3 de maio de 2011

Tributação de Investimentos - parte 1


Poucos investidores se preocupam com a tributação de seus investimentos. Porém, a multiplicidade de critérios tributários e alíquotas certamente irá alterar o resultado líquido de suas aplicações. E, no final das contas, o que interessa ao investidor é o resultado líquido, o “dinheiro no bolso”.

Para lançar luz em um tema tão complexo, iremos apresentar uma série de artigos, apresentando e exemplificando as regras aplicáveis a cada um dos vários investimentos disponíveis no mercado brasileiro, sejam instrumentos financeiros ou não.



Apenas para ilustrar essa variedade e complexidade, vejamos o seguinte exemplo:

Suponha um investidor que aplicou R$ 60 mil distribuídos da seguinte forma:

Ativo
Saldo Bruto Inicial
Poupança
20.000
Ações
20.000
Fundo Di
20.000

Após 5 meses, os investimentos somaram:

Ativo
Saldo Bruto Inicial
Saldo Bruto Final
Rentab. Bruta
Poupança
20.000
21.000
5,00%
Ações
20.000
21.100
5,50%
Fundo Di
20.000
21.200
6,00%

Ou seja, os melhores investimentos até este momento são, em ordem: Fundo Di (rentabilidade bruta de 6,00%), Ações (rentabilidade bruta de 5,50%) e Poupança (rentabilidade bruta de 5,00%).

Nosso investidor, então, solicita o resgate integral de todos seus investimentos e, neste momento, é retido o Imposto de Renda (IR), cobrado sobre o ganho de capital (saldo final menos o saldo inicial). Abaixo, apresentamos o resultado do resgate, após o recolhimento do IR:

Ativos
Saldo Bruto Inicial
Saldo Bruto Final
Rentab. Bruta
Ganho De Capital
IR Alíquota
IR - R$
Saldo Líquido Final
Rentab. Líquida
Poupança
20.000
21.000
5,00%
1.000
0,00%
-
21.000
5,00%
Ações
20.000
21.100
5,50%
1.100
15,00%
- 165
20.935
4,68%
Fundo Di
20.000
21.200
6,00%
1.200
22,50%
- 270
20.930
4,65%

Ou seja, após o recolhimento do imposto há uma inversão na ordem de rentabilidade dos investimentos. A poupança, que é isenta de IR, mantém os 6,00% de rentabilidade e passa a ser o melhor investimento. Já o fundo Di, antes o melhor investimento, passa a acumular 4,65% de rentabilidade líquida e, desta forma, passa a ser o pior investimento. Já as ações ficam em uma posição intermediária, com rentabilidade de 4,68%.

Em um simples exemplo vimos três regras distintas de cálculo e recolhimento do IR. Há muitas outras! Então, aguarde os próximos artigos, onde apresentaremos as regras de IR aplicáveis aos imóveis, Tesouro Direto, fundos de investimento, planos de previdência, ações e opções. 

Artigo escrito por Flávio Girão Guimarães.