quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Inflação: como calculamos?


No primeiro artigo de nossa série sobre a inflação, explicamos o que é a inflação e como ela afeta sua vida. Nesse artigo iremos explicar como são calculada a inflação, ou, em outras palavras, como são calculados os índices de preços (IPCA, IGP-M, IGP etc).

De maneira didática, um índice de preço (ou índice de inflação) é formado por uma cesta de produtos e serviços, que busca refletir o padrão de consumo de um cidadão comum. Itens como alimentos, moradia, transporte, educação, entre outros, compõem tal cesta de produtos e serviços.

Para exemplificar, vamos supor que desejássemos criar um índice para medir a inflação, o Índice ABC da Inflação. Vamos calcular tal índice passo a passo, tal como são calculados os tradicionais índices brasileiros de inflação:

1º passo: temos que pesquisar os hábitos de consumo de um grupo específico de pessoas. Por exemplo: o leitor típico do Blog ABC do Dinheiro. Depois de pesquisarmos, chegamos à conclusão que tal grupo é formado, na média, por pessoas de bom gosto, elevado grau de instrução, e contam com uma renda mensal em torno de R$ 10 mil reais.

2º passo: definimos uma cesta de produtos e serviços que represente, na média, os hábitos de consumo do nosso público-alvo (1º passo), e pesquisamos os preços de tais produtos e serviços no mercado. Por exemplo:

+ R$ 150,00 água e luz
+ R$ 500,00 supermercado
+ R$ 1.000,00 escola
+ R$ 400,00 transporte
+ R$ 150,00 telefone/internet
+ R$ 2.000,00 aluguel + condomínio
= R$ 4.200,00 Total

3º passo: agora que já temos definida a nossa cesta de produtos e serviços, iremos coletar os preços dos mesmos produtos e serviços mensalmente. Suponha que no mês seguinte a nossa cesta de produtos passa a valer o seguinte:

+ R$ 160,00 água e luz
+ R$ 510,00 supermercado
+ R$ 1.000,00 escola
+ R$ 400,00 transporte
+ R$ 150,00 telefone/internet
+ R$ 2.050,00 aluguel + condomínio
= R$ 4.270,00 Total

4º passo: baseado na variação do custo da nossa cesta de bens e produtos, calculamos a inflação no período. No nosso exemplo, houve uma variação de:

Inflação = 4.270/4.200 -1 = 0,0166 = 1,66%

Pronto! Agora basta repetir o processo mês a mês.


Outros artigos sobre a inflação:

Cuidado! O dragão da inflação está mais vivo do que nunca!
Inflação: o que é e como ela afeta sua vida
Quais são os principais índices de inflação e suas diferenças?
Qual é o impacto da inflação no seu salário e seus investimentos?

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Calculadora: Rentabilidade da poupança

Há algumas semanas o Comitê de Política Monetária (COPOM), do Banco Central do Brasil (BCB) alterou a a taxa Selic para 10,50% ao ano. A alteração da Taxa Selic tem uma série de implicações para a economia brasileira, mas, para o pequeno investidor, a mais importante das implicações é a alteração da rentabilidade da caderneta de poupança.

A nova regra da poupança só afeta os depósitos realizados após o dia 4 de maio de 2012. Para os depósitos realizados até o dia 4 de maio, vale a regra antiga, ou seja, rentabilidade de 0,50% ao mês acrescidos da variação da Taxa Referencial (TR).


Já os depósitos novos seguem a seguinte regra: a poupança renderá 70% do valor da Taxa Selic, limitados a 0,50% ao mês, acrescidos da variação da TR. Para calcular o valor da rentabilidade da poupança, utilize a calculadora abaixo:

Como utilizar nossa calculadora?

1) coloque o valor do depósito realizado na poupança no campo "Depósito poupança";
2) escolha o valor da Taxa Selic (ao ano);

Pronto! A calculadora mostra qual é rentabilidade esperada para o mês e a rentabilidade esperada para o ano do seu depósito de poupança.


Artigo escrito por Flávio Girão Guimarães.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Tesouro Direto: novos títulos

O Tesouro Nacional (TN) introduziu hoje (27/01/2014) dois novos títulos públicos no programa Tesouro Direto (TD). São eles:



  • Letra do Tesouro Nacional (LTN), com vencimento em 01/01/2018; e
  • Nota do Tesouro Nacional - série F (NTN-F), com vencimento em 01/01/2025.

Também hoje, deixam de ser negociados os seguintes títulos:
  • LTN, com vencimento em 01/01/2016; e
  • NTN-F, com vencimento em 01/01/2023.

    A LTN com vencimento em 01/01/2018 é um título prefixado, ou seja, na data de seu vencimento seu valor será igual a R$ 1 mil. Portanto, no momento da compra da LTN o investidor fixa o retorno que terá ao carregar o título até o vencimento. Na data de seu lançamento (27/01/2014), tal título rendia 13,11% ao ano.

    Já a NTN-F , com vencimento em 01/01/2025, também é um título prefixado. Porém, além do recebimento de R$ 1 mil por título, na data de vencimento, a NTN-F paga semestralmente juros de R$ 48,81 por título, o chamado cupom de juros. Na data de seu lançamento (27/01/2014), a NTN-F 01/01/2015 rendia 13,37% ao ano.

    Tais títulos são indicados para quem tem um compromisso com data próxima à data de vencimento dos títulos. Por serem títulos prefixados, os preços das LTN e as NTN-F, especialmente quando distantes da data de vencimento, oscilam muito. Portanto, não são indicados para quem não suporta volatilidade. Porém, como dissemos antes, tais títulos valerão R$ 1 mil na data de vencimento. Faça chuva, faça sol.

    Artigo escrito por Flávio Girão Guimarães.

    quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

    Inflação: o que é e como ela afeta sua vida

    Nem parece perigoso...
    Este será o primeiro de uma série de quatro pequenos artigos que visam explicar de maneira simples o que significa inflação, quais são os principais índices de inflação e qual o impacto da inflação na sua vida. Neste primeiro texto será explicado o que é inflação. No segundo, mostraremos como se calcula a inflação. No terceiro texto falaremos a respeito dos principais índices de inflação calculados no Brasil e suas principais diferenças. No quarto e último texto ensinaremos como medir o impacto da inflação sobre o seu salário e a sua renda.

    Quem viveu no Brasil no final da década de 80 e início da década de 90 sabe muito bem como a inflação pode afetar o padrão de vida de uma pessoa. Em 1989, a inflação brasileira chegou a quase 2.000% ao ano! Os preços eram reajustados mais do que uma vez ao dia nos supermercados, gerando a quase necessidade de irmos às compras no mesmo dia em que recebíamos o salário. Foi aí que surgiu o hábito do brasileiro de fazer grandes compras para todo o mês. Quem deixasse as compras para o dia seguinte, acreditem, já não conseguiriam adquirir a mesma quantidade de produtos e gêneros alimentícios.

    Após o Plano Real, lançado no ano de 1994 pelo então Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, a inflação se estabilizou no Brasil e não mais atingiu os níveis “estratosféricos” do período que antecedeu ao seu lançamento. Foi uma conquista para os brasileiros, pois, a partir de então passou a ser possível pensar em planejamento financeiro de médio e longo prazo.

    Agora, por que é importante medir o aumento de preços na economia? Ou em outras palavras, por que é importante medir a inflação?

    Se os preços dos bens e serviços que você costuma consumir aumentam e o seu salário não aumenta (ou aumenta menos que o preço dos bens e serviços), você já não mais conseguirá consumir a mesma quantidade de bens e serviços que conseguia consumir antes. Nesta situação, dizemos que houve perda do poder de compra do seu salário e, por conseqüência, diminuição do seu padrão de vida. Por isso é tão importante conter a inflação.

    quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

    Cuidado! O dragão da inflação está mais vivo do que nunca!

    O dragão da inflação está de olho...
    O ano de 2013 acabou e o ano de 2014 já começou com uma notícia nada agradável. A inflação no Brasil encerrou o ano de 2013 em alta de +5,91%. Pelo quarto ano consecutivo, a inflação medida pelo IPCA encerra o ano acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, 4,50%.

    Muitos argumentam que a meta de inflação foi cumprida, já que o sistema de metas de inflação prevê uma margem de ±2,00%, ou seja, que a meta de inflação no Brasil seria de 2,50% a 6,50%. Isso é uma falácia. A meta é de 4,50% e ponto final. Aliás, a própria meta de inflação no Brasil já é, per se, muito elevada. E o atual presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini, admitiu isso em seu discurso de posse, em 03/01/20111 (leia aqui).

    Para exemplificar o quão alta é a inflação brasileira, apresentamos abaixo uma relação dos índices de inflação do ano de 2013 das principais economias do mundo, de acordo com dados obtidos no site da OCDE.
    • Turquia - 7,51%;
    • Brasil - 5,91%;
    • México - 3,81%;
    • Reino Unido - 2,61%;
    • Chile - 1,88%;
    • Alemanha - 1,54%;
    • Estados Unidos - 1,42%;
    • Itália - 1,23%;
    • França - 0,86%.
    Ou seja, quando comparamos o Brasil com outras economias em desenvolvimento ou desenvolvidas, vemos que nosso país encontra-se entre aquelas que apresentaram a maior variação dos preços em 2013.

    Quando analisamos o histórico recente da inflação, vemos que, infelizmente, o ano de 2013 não foi uma exceção. Abaixo relacionamos a variação do IPCA entre 1999 (ano no qual o regime de metas foi estabelecido) e o ano de 2013. Para facilitar, vamos marcar em vermelho os anos nos quais o país teve uma inflação igual ou superior à meta. Em azul, marcaremos o ano em que a inflação ficou abaixo da meta:
    • 1999 - 8,94% (meta de 8,00%);
    • 2000 - 5,97% (meta de 6,00%);
    • 2001 - 7,67% (meta de 4,00%);
    • 2002 - 12,53% (meta de 3,50%);
    • 2003 - 8,74% (meta de 4,00%);
    • 2004 - 7,60% (meta de 5,50%);
    • 2005 - 5,69% (meta de 4,50%);
    • 2006 - 3,15% (meta de 4,50%);
    • 2007 - 4,46% (meta de 4,50%);
    • 2008 - 5,90% (meta de 4,50%);
    • 2009 - 4,31% (meta de 4,50%);
    • 2010 - 5,91% (meta de 4,50%);
    • 2011 - 6,50% (meta de 4,50%);
    • 2012 - 5,84% (meta de 4,50%);
    • 2013 - 5,91% (meta de 4,50%).
    Uma inflação persistentemente alta, tal como a apresentada no Brasil, é como uma febre de 39º. Não mata imediatamente, mas vai minando, pouco a pouco, a saúde financeira do país. Com a inflação persistente, há a permanente desvalorização do Real, com a consequente elevação do preço dos produtos e serviços importados, há a diminuição dos investimentos no setor produtivo, que tem maior dificuldade para orçar seus custos e receitas no longo prazo, há a elevação da taxa nominal de juros e consequentemente a elevação da especulação financeira, etc.

    Para saber um pouco mais sobre esse fenômeno, bem como os efeitos da inflação às empresas e às pessoas, vamos republicar uma série especial sobre a inflação, escrita em 2012.

    sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

    Infomoney: Armadilhas Financeiras

    Segue abaixo um extrato da Missão do ABC do Dinheiro, disponível na página Quem Somos?:

    "No Blog você vai encontrar dicas para economizar mais e investir melhor. São conselhos e opiniões sobre suas finanças, imposto e herança, seguros e previdência, que seu gerente de banco ou não quer, ou não pode, ou não sabe dar."

    A reportagem Armadilhas Financeiras, de Diego Lazzaris, Gladys Magalhães, João Sandrini, com ilustrações de Alexandre Lucas, para o portal InfoMoney, vem de encontro à nossa missão, pois apresenta uma série de armadilhas financeiras feitas especialmente para você. Leia a reportagem aqui.

    quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

    Calculadora: conversão de taxas de juros

    Se o meu cartão de crédito tem uma taxa de juros mensal de 10%, quanto será a  taxa de juros equivalente em um ano? Se a minha poupança render a uma taxa média mensal de 0,60%, qual será o rendimento equivalente em um ano? A taxa Selic está fixada em 9,00% ao ano. Qual será a taxa Selic mensal? O ABC do Dinheiro disponibiliza uma calculadora que fará todos estes cálculos de maneira rápida e fácil para você. Divirta-se!

    Como utilizar nossa calculadora?


    1) Transformação taxa anual: você insere a taxa de juros anual que você deseja transformar e a calculadora mostra quais seriam as taxas equivalentes no semestre, mês e dia, utilizando o calendário de dias úteis (252 dias).

    2) Transformação taxa mensal: você insere a taxa de juros mensal que você deseja transformar e a calculadora mostra quais seriam as taxas equivalentes no ano, semestre e dia, utilizando o calendário de dias úteis (252 dias).


    terça-feira, 14 de janeiro de 2014

    Tributação de investimentos - Tesouro Direto

    Dando continuidade à série de artigos sobre tributação de investimentos, vamos falar sobre a tributação incidente sobre os rendimentos auferidos com os títulos públicos negociados no Tesouro Direto.

    Tal como explicamos no artigo Tributação de Investimentos - fundos de investimento em renda fixa, são dois os impostos que incidem sobre os ganhos com títulos de renda fixa (títulos públicos inclusive): Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF) e o Imposto de Renda (IR). Ambos os tributos incidem sobre o ganho de capital, ou seja, sobre a rentabilidade auferida.


    O IOF para os títulos públicos é cobrado no momento do resgate ou no pagamento de cupom, aplicando um percentual sobre o valor do ganho de capital. Outra característica do IOF nesse caso é que a alíquota é decrescente, a depender do prazo da aplicação. A alíquota varia de 96% (resgate após um único dia de aplicação) até 0% para aplicações superiores a 30 dias. Ou seja, acima de um mês de aplicação em fundo de investimento de renda fixa, o eventual ganho de capital é isento de IOF.

    A incidência do IR para os títulos públicos é apurado de acordo com as seguintes alíquotas:
    •  22,5% (vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento), em aplicações com prazo de até 180 (cento e oitenta) dias;
    • 20% (vinte por cento), em aplicações com prazo de 181 (cento e oitenta e um) dias até 360 (trezentos e sessenta) dias;
    •  17,5% (dezessete inteiros e cinco décimos por cento), em aplicações com prazo de 361 (trezentos e sessenta e um) dias até 720 (setecentos e vinte) dias;
    • 15% (quinze por cento), em aplicações com prazo acima de 720 (setecentos e vinte) dias.
    As semelhanças com os fundos de investimento em renda fixa encerram aqui. O IR dos títulos públicos é recolhido no momento do resgate ou no pagamento de cupom semestral das NTN-B, NTN-C e NTN-F. Desta forma, ao realizar o resgate ou ao receber o cupom, o mesmo será creditado em sua conta já descontado do IR.

    Se nos fundos de investimentos em renda fixa nós tínhamos o chamado come-cotas, na tributação de títulos públicos temos o chamado método PEPS (Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai). Ou seja, no momento que você efetua um resgate de títulos do Tesouro Direto, primeiro são resgatados e tributados os títulos adquiridos inicialmente, para depois serem resgatados e tributados os títulos que foram adquiridos depois.

    De uma forma simples, suponha que você tenha uma carteira com duas Letras Financeiras do Tesouro (LFT): uma das LFT foi adquirida há 3 anos; e outra LFT que foi adquirida a 3 meses. Caso você realize o resgate das duas LFT, a tributação seria feita da seguinte forma:

    • alíquota de 15,0% sobre os ganhos de capital da LFT adquirida há 3 anos; e
    • alíquota de 22,5% sobre os ganhos de capital da LFT adquirida há 3 meses.

    Como o investimento mais recente tem prazo superior a 30 dias, não há incidência de IOF.

    Artigo escrito por Flávio Girão Guimarães.

    Outros artigos da série:

    quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

    3º aniversário do ABC do Dinheiro

    Hoje faz três anos que o Blog ABC do Dinheiro iniciou suas atividades. Em 8 de janeiro de 2011, publicamos os dois primeiros artigos. Para os amigos que ajudaram a manter este blog durante os anos de 2011, 2012 e 2013 e especialmente para os caros leitores que nos prestigiam e são nossa razão de existir, nosso muito obrigado.

    Durante o ano de 2013, o blog navegou pelos mais variados assuntos, mas nunca deixou de lado seu principal objetivo, expresso no primeiro artigo intitulado O que é o ABC do Dinheiro. Nele podemos ler que "O Blog ABC do Dinheiro tem como missão descomplicar sua relação com o dinheiro, tornando-a mais saudável, sem truques ou promessas milagrosas, apenas com a difusão de conhecimento de educação financeira.".

    Foram muitos artigos sobre todos os assuntos afetos às finanças pessoais, com destaque para os artigos sobre educação financeira, impostos, investimentos e previdência. Também não podemos deixar de destacar as calculadoras financeiras, que de uma forma lúdica, rápida e prática auxiliam nossos leitores nas mais diversas situações.

    Em 2014 esperamos continuar nosso trabalho, com algumas novidades e contando sempre com a ajuda de nossos leitores e amigos que, por meio do espaço destinado aos comentários, ou através da página "Fale Conosco", contribuíram para o amadurecimento do projeto, seja com críticas, elogios e sugestões.

    Antes de terminar esse post de agradecimento, vamos a alguns números do Blog:
    • 965 mil pageviews;
    • 441 mil visitas;
    • 161 artigos;
    • 118 curtidas no Facebook;
    • 502 seguidores no Twitter.
    Entre os artigos mais populares, podemos destacar:
    Mais uma vez, nosso muito obrigado!

    Restituição do Imposto de Renda da Pessoa Física

    A partir das 9h desta quarta-feira (8 de janeiro) a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) disponibilizará em seu site na internet consulta a lote multiexercício de restituição do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). Neste lote serão contemplados alguns contribuintes cujas declarações foram retidas na malha fina nos exercícios de 2013, 2012, 2011, 2010, 2009 e 2009. Para consultar se você foi ou não contemplado neste lote de restituição, clique aqui.

    Os contribuintes contemplados neste lote de restituição receberão o crédito bancário em 15 de janeiro. O valor original da restituição será corrigido pela variação da taxa Selic. Abaixo apresentamos a correção por exercício:

    • 2013 - correção de 6,67%;
    • 2012 - correção de 13,92%;
    • 2011 - correção de 24,67%;
    • 2010 - correção de 34,82%;
    • 2009 - correção de 43,28%;
    • 2008 - correção de 55,35%.

    A RFB disponibiliza em sua página na internet um extrato simplificado da declaração de imposto de renda e, através deste extrato, é possível verificar a situação de suas declarações. Se as mesmas foram processadas ou se foram encontradas pendências. Caso existam pendências de fácil solução, basta encaminhar à RFB, a qualquer tempo, uma declaração retificadora e aguardar o processamento. Caso as pendências sejam corretamente retificadas, você irá receber a restituição em um próximo lote.

    O passo-a-passo para acessar o extrato da DIRPF (Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física), bem como as instruções para acesso e utilização da mesma encontram-se aqui.

    Artigo escrito por Flávio Girão Guimarães.

      terça-feira, 7 de janeiro de 2014

      Um ano de chumbo para o Tesouro Direto

      Exatamente há um ano, publicamos o artigo Um ano de ouro para o Tesouro Direto. Naquele artigo, demonstramos que os títulos públicos negociados no Tesouro Direto foram, de longe, os investimentos mais rentáveis daquele ano, superando poupança, ouro, o dólar, a bolsa de valores etc. Porém...

      Como todo investimento, os títulos públicos carregam riscos que devem ser sempre considerados. O ano de 2013, como veremos, foi um ano de perdas consideráveis para os investidores do Tesouro Direto, na contramão dos resultados de 2012.

      A tabela abaixo é uma velha conhecida dos leitores do Blog ABC do Dinheiro. Mensalmente apresentamos a rentabilidade e risco passada dos títulos negociados no Tesouro Direto. Tal tabela é elaborada através dos dos preços históricos dos títulos públicos (PU) obtidos no site da STN, levando-se em consideração os eventuais juros pagos ao longo do período, conhecidos como cupons.

      Experimentamos em 2013 uma alta expressiva dos juros de mercado e, quando os juros sobem, o preço dos títulos prefixados (LTN e NTN-F), bem como o preço dos títulos indexados ao IPCA (NTN-B e NTN-B Principal) tem redução. Resumo da ópera: com exceção da Letra Financeira do Tesouro (LFT), que é o único título público pósfixado à venda no Tesouro Direto, TODOS os títulos perderam valor. Os títulos com vencimento posterior a 2020 tiveram perdas superiores a 10%. Os investidores das NTN-B com vencimento em 2035 amargaram uma perda superior a 30%!

      Recomendamos a quem já investe ou pretende investir em títulos públicos que não desanime por conta da rentabilidade apresentada pelos títulos negociados no Tesouro Direto no ano de 2013. Dependendo do seu objetivo de investimento (reserva de emergência, aposentadoria, compra programada etc.), o Tesouro Direto pode oferecer excelentes possibilidades. Volta e meia apresentamos no Blog interessantes estratégias de investimento com utilização de títulos públicos.

      Outro fator importante a se considerar é que a tabela acima apresenta a rentabilidade dos títulos obtida através da variação dos preços à mercado. Ou seja, apenas o investidor que vendeu seu título ao longo de 2013 sentiram no bolso o prejuízo. Quem manteve os títulos em carteira e pretende carregar tais títulos até o vencimento não terá perdas financeiras, já que tanto os títulos prefixados (LTN e NTN-F), como os títulos indexados ao IPCA (NTN-B e NTN-B Principal) são vendidos com deságio. Ou seja, sempre valerão mais na data de vencimento do que valiam na data de compra.

      Obviamente, nunca é demais lembrar que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura e que este este artigo é meramente informativo e não deve ser considerado como recomendação de investimento, nem deve servir como única base para tomada de decisões de investimento.

      quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

      Orçamento doméstico - para que serve?

      Aqui no ABC do Dinheiro falamos muito sobre investimentos, previdência, seguros e tributação. Entretanto, muitos leitores reclamam (com razão) que de nada adianta tanta informação se, no final do mês, nada sobra para investir, poupar, segurar ou tributar. O que fazer então se falta dinheiro ao invés de sobrar?

      Primeiramente, temos que fazer o dinheiro sobrar para, só então, decidir o que fazer com ele. O ponto de partida invariavelmente é montar um orçamento doméstico familiar. Sem um orçamento é praticamente impossível saber quanto custa seu padrão de vida atual e onde é possível cortar despesas. A fórmula básica para montar um orçamento doméstico é:

      1. inicie seu orçamento somando todas as suas fontes de renda, tais como salários, participações societárias, pensões, aposentadorias, aluguéis etc;
      2. depois, relacione as prestações dos empréstimos e financiamentos que você possui, seja com um banco, com a administradora do cartão de crédito, financeiras, empresas de leasing, administradoras de consórcios, lojas de departamento etc.
      3. na sequencia, relacione suas despesas fixas ou de difícil administração (pensão alimentícia, salários com empregadas domésticas, água, luz, plano de saúde, escola dos filhos, gastos com automóveis etc.);
      4. por fim, relacione as despesas que podem ser administradas com alguma facilidade (tv por assinatura, jornais e revistas, telefone, roupa, cartão de crédito, restaurante, cafezinho etc.); 
      5. para avaliar o resultado final, basta subtrair do total de suas rendas (item 1) o total das suas despesas (itens 2, 3 e 4).
      Para melhor estimar seus gastos (itens 2, 3 e 4), sugerimos que o leitor utilize os seguintes procedimentos:

      1. utilize faturas recentes do cartão de crédito, contas recentes de luz, água, telefone, tv por assinatura, bem como boletos de cobrança de escola, extratos bancários etc. Em resumo, todo e qualquer documento de cobrança recente; e
      2. para as despesas do dia-a-dia, geralmente pagas com dinheiro, é necessário anotar rigorosamente todos os gastos. Para tanto, sempre tenha a mão uma caderneta ou, para os mais moderninhos, utilize um programa de anotações no smartphone. Para as despesas no cartão de débito, o extrato bancário será suficiente*.

      O resultado de todo trabalho acima pode ser frustrante. Ao montar o primeiro orçamento, muita gente se dá conta que há pouca sobra de recursos, ou então o orçamento já mostra um déficit. Porém, antes que você se jogue da ponte, ou pule na frente do trem, saiba que a falta de dinheiro é algo muito comum. O brasileiro médio tem uma tendência natural de gastar, não de poupar. Deve ser o clima, sei lá. Mas sempre é possível mudar essa situação. Como?

      1. a forma mais rápida (e difícil) de aumentar seu fluxo de caixa é aumentar sua renda, seja através de uma promoção, seja através da mudança de emprego, seja através de um segundo emprego, seja através do aumento de horas trabalhadas, especialmente para quem ganha através de comissão ou para os profissionais liberais. Como eu disse antes, é a forma mais rápida de aumentar o fluxo de caixa, mas a mais difícil;
      2. na sequencia, gerencie suas dívidas com bancos, financeiras, administradoras de cartão de crédito e afins. Para tanto, sugerimos a leitura do artigo Dívidas: o que fazer para começar a sair delas?, de autoria de Gustavo Garcia, publicado aqui mesmo no blog;
      3. depois, com a tesoura na mão, avalie a redução/eliminação dos gastos que podem ser administrados com alguma facilidade. Troque o plano da sua TV por assinatura (ou elimine-o), altere o plano de seu telefone celular por um menos oneroso, troque a roupa de marca por outra de menor prestígio, corte o cafezinho depois do almoço, reduza ou elimine as assinaturas de jornais e revistas e as saídas para jantar fora;
      4. se ainda assim seu orçamento continua apertado, é chegada a hora de medidas drásticas. Uma alternativa para quem contrata os serviços de uma empregada doméstica é o uso de diaristas, mesmo que isso implique em assumir algumas tarefas domésticas;
      5. troque as idas de carro ao trabalho por caronas ou pelo transporte coletivo. Assim será possível economizar em combustível, estacionamento, manutenção etc. No limite, venda o automóvel. Assim, além do combustível, estacionamento e manutenção, você economizará no seguro, IPVA, DPVAT, licenciamento anual do Detran, inspeção veicular etc;
      6. continua apertado? controle rigorosamente os gastos com água e energia-elétrica. Chuveiro elétrico, ferro de passar roupa, ar-condicionado, entre outros eletrodomésticos, devem ter seu uso racionalizado;
      7. como penúltima alternativa para equilibrar o orçamento, troque a escola dos seus filhos por outra que cobre mensalidades menores. No limite, utilize a rede pública de ensino. Trocar a escola que fica a 10 km de distância por outra que fica a poucas quadras de onde você mora também é algo inteligente. Assim você pode economizar com o transporte escolar ou com o combustível para levar os filhos ao colégio;
      8.  como última e derradeira alternativa, pesquise opções menos onerosas de planos de saúde. Eu até poderia recomendar que você cortasse o plano de saúde, mas com a saúde pública no estado deplorável em que se encontra, seria uma medida de desespero.
      Para quem quiser ler mais sobre o assunto, existem muitos livros e artigos na internet que trazem dicas de como melhorar sua situação financeira e seu orçamento doméstico, inclusive vários postados aqui mesmo no ABC do Dinheiro:
      Artigo escrito por Flávio Girão Guimarães.

      * é possível encontrar na internet ou ou na loja de aplicativos do seu smartphone uma infinidade de programas e aplicativos que auxiliam na tarefa de construir/controlar o orçamento pessoal. Muitos bancos brasileiros inclusive sugerem alguns deles.