segunda-feira, 28 de julho de 2014

Fale conosco: Poupança X Fundo DI X CDB X Tesouro Direto X LCI/LCA

Segue uma consulta feita em nossa página Fale Conosco que gostaria de compartilhar com os leitores do Blog.

"Olá Pessoal,

Parabéns pelo ótimo site. A Calculadora do Poupança X Fundo DI X CDB X Tesouro Direto X LCI/LCA é ótima, estou me divertindo com ela. Estou muito mais segura agora para poupar/investir meu dinheiro! Quero tirar 2 dúvidas:

1- Estou acompanhando as notícias, e estou ficando bem preocupada, os especialistas estão cada vez mais negativos sobre a economia do Brasil, os mais negativos apostam que em 2014/15 terão medidas bem parecidas com as que foram tomadas no Governo Collor. Vocês acreditam nisso? Quais os riscos que nossas poupanças e investimentos podem sofrer com a crise da economia brasileira? É necessário/ interessante poupar fora do Brasil?

2- Estou vendendo um imóvel por R$ 120 mil, e estou comprando um apto em outra cidade por R$ 130 mil. Já dei R$ 18 mil de entrada e tenho a opção por financiar o restante com juros de 5,64% a. a. + variação da TR. Com a venda da casa devo quitar o apto ou investir o dinheiro?

Obrigada.

JS"

O fim do mundo está próximo?

Não. Espera-se que 2015 seja um ano de ajustes na economia, independente de quem seja eleito presidente nas próximas eleições. O país vem passando por uma transição de um modelo econômico baseado no consumo das famílias e farto crédito para um crescimento sustentado em investimentos, especialmente em infraestrutura. Tal transição, porém, dificilmente demandará medidas tão drásticas como as vistas no Governo Collor, como congelamento de preços, "sequestro de poupança" etc. O país hoje é um país completamente diferente. E para melhor.

Porém, o final de 2014 será marcado por muita instabilidade no mercado financeiro. Isso é muito, muito comum em períodos pré-eleitorais. Portanto, caso você queira se proteger de tal estabilidade, invista seus recursos em ativos com baixo risco de crédito (calote do emissor) e baixo risco de mercado (oscilação de preços). Tais ativos são exatamente aqueles retratados na Calculadora do Poupança X Fundo DI X CDB X Tesouro Direto X LCI/LCA.

Investir fora do país

Investir parte de suas reservas fora do país ou em fundos que aplicam em investimentos denominados em moedas estrangeiras é sempre interessante. Como explicamos no artigo Por que diversificar. Ou: devo colocar todos os ovos na mesma cesta?, a diversificação de investimentos pode promover a redução do risco da sua carteira. E a diversificação deve ser um hábito, e não uma estratégia para ser utilizada somente em momentos de volatilidade.

Quitar ou não quitar o imóvel?

Você informou que tem a opção de quitar um imóvel recentemente adquirido, ou então financiar o saldo devedor com juros de 5,64% ao ano + variação da TR. O que fazer? Bem, como deixamos claro em nossa página Fale Conosco, nos reservamos ao direito de não recomendar investimentos. Tal decisão cabe somente a você.

Porém, lembre-se que atualmente a taxa Selic está fixada em 11% ao ano (aqui). Ou seja, a princípio, você consegue investimentos com baixo risco que rendem mais do que o custo do seu empréstimo. Neste caso, vale mais a pena financiar o imóvel e, com os recursos não utilizados, investir. Mas, se você é daquelas que não conseguem ver um dinheirinho parado na conta que já querem gastar, corra e quite seu imóvel o mais rápido possível.

Resposta escrita por Flávio Girão Guimarães.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Cartão de crédito: seu maior amigo e seu pior inimigo


Para quem está com as contas em dia e tem total controle sobre o próprio dinheiro, o cartão de crédito é uma excelente ferramenta para o gerenciamento e controle das finanças pessoais. Por outro lado, o cartão de crédito pode representar um risco altíssimo para quem está com as finanças combalidas ou para quem não tem controle sobre o dinheiro.


Vantagens do cartão de crédito


O cartão de crédito permite que você consuma imediatamente algo e só pague por esse consumo no vencimento da fatura do cartão, sem a cobrança de adicionais ou juros. Ou seja, num país acostumado com taxas de inflação altas e juros altíssimos, possuir um cartão de crédito que não cobra absolutamente nada pelo custo do dinheiro, entre a compra do produto/serviço e o pagamento da fatura, é um privilégio.

Alguns cartões de crédito também disponibilizam para seus clientes ferramentas para melhor controlar suas finanças, tais como a divisão das contas por emissor, por tipo de estabelecimento, por moeda etc. Além disso, os cartões de crédito costumam premiar seus clientes com mercadorias, pontos em programas de fidelidade, milhas em companhias aéreas etc.Ou seja, para quem tem a vida financeira controlada e sabe bem utilizar o cartão de crédito, parabéns!

Desvantagens do cartão de crédito


Por outro lado, as muitas facilidades, vantagens e as premiações dos cartões de crédito são como veneno para as pessoas consumistas e aqueles que não têm controle sobre suas próprias finanças. Utilizar o crédito rotativo do cartão de crédito é como veneno para as finanças pessoais, como demonstramos no artigo Cartão de crédito: crédito rotativo.

História do cartão de crédito


O cartão de crédito foi criado nos Estados Unidos em 1950, pelos fundadores do Diners Club, Ralph Schneider and Frank McNamara. A princípio, o cartão criado pela Diners Club era voltado ao pagamento do lazer e do entretenimento de seus abastados proprietários. Em setembro de 1958, o Bank of America lançou um cartão de crédito nos moldes dos cartões de crédito atuais, com ampla aceitação em diversos estabelecimentos comerciais.

De lá pra cá, o cartão de crédito se expandiu além das fronteiras dos Estados Unidos e hoje está presente em praticamente todo o mundo. Atualmente, a aceitação dos cartões de crédito é praticamente univesal e a emissão dos mesmos já é feita por bancos, lojas de departamento, cadeias de postos de combustível, redes de farmácias, entre outros.

Artigo escrito por Flávio Girão Guimarães.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Parte dos Fundos DI sequer ganha da poupança

A velha e boa caderneta de poupança está sob fogo cerrado. As críticas sobre esse tradicional investimento se acumulam a cada dia. Não é por menos, com a elevação da taxa Selic para 11% ao ano, muitos investimentos de baixo risco vem conquistando espaço nos corações e bolsos dos investidores brasileiros.

Boa parte das críticas é válida. A poupança de fato vem rendendo muito, muito pouco. Mas não é todo e qualquer investimento que o supera. Vamos apresentar neste artigo uma comparação da poupança com os fundos DI, que são os produtos de investimento que mais se aproximam das características da poupança.

Cálculo da poupança

Para os depósitos realizados até o dia 4 de maio de 2012, a rentabilidade da poupança será igual a 0,50% ao mês acrescidos da variação da Taxa Referencial (TR). Já os depósitos realizados após o dia 12 de maio de 2012 seguem a seguinte regra: a poupança renderá 70% do valor da Taxa Selic, limitados a 0,50% ao mês, acrescidos da variação da TR. Para calcular o valor da rentabilidade da poupança, utilize nossa Calculadora Rentabilidade da Poupança.

Atualmente, a taxa Selic está fixada em 11% ao ano. Ou seja, a poupança renderá 0,50% ao mês. Com a TR variando em torno de 0,05% ao mês, temos uma rentabilidade próxima a 0,55% ao mês (em torno de 7.44% ao ano).

Cuidado com a taxa de administração dos Fundos DI

O passo natural para quem quer alto além da poupança, são os fundos de investimento referenciados DI (ou simplesmente Fundos DI). Tal classe de fundos costumam ter baixíssimo risco e um retorno bruto próximo à variação do DI, que por sua vez tem um retorno muito semelhante à variação da taxa Selic. Porém, diferentemente da poupança, os ganhos de rendimento são tributados pelo imposto de renda (IR), com alíquotas que variam de 22.50% a 15%. Para saber um pouco mais sobre a tributação dos Fundos DI, leia nosso artigo Tributação de investimentos: fundos de investimento em renda fixa.

Além da tributação pelo imposto de renda, é descontado da rentabilidade dos Fundos DI a taxa de administração, que nada mais é do que a remuneração do gestor do fundo. Tal taxa é cobrada sobre o patrimônio administrado. Portanto, ao investir em um Fundo DI, procure os fundos com a menor taxa de administração possível.

Para demonstrar a importância da taxa de administração, elaboramos a tabela abaixo, onde apresentamos a rentabilidade esperada para a poupança e para um Fundo DI (líquida de IR), ao longo de 6 meses, 1 ano, 2 anos, 3 anos, 4 anos e, por fim 5 anos. Na elaboração da tabela, utilizamos a rentabilidade atual da poupança, em torno de 0,55% ao mês, e a rentabilidade do DI, atualmente em 10,80% ao ano.

Poupança
Meses
6 meses
1 ano
2 anos
3 anos
4 anos
5 anos
retorno
3,35%
6,80%
14,07%
21,83%
30,12%
38,97%
Fundo Referenciado DI
tx. Adm
6 meses
1 ano
2 anos
3 anos
4 anos
5 anos
1,50%
3,52%
7,44%
16,06%
25,99%
36,31%
47,59%
1,75%
3,43%
7,24%
15,61%
25,23%
35,20%
46,08%
2,00%
3,34%
7,04%
15,16%
24,47%
34,11%
44,59%
2,25%
3,25%
6,84%
14,71%
23,72%
33,02%
43,11%
2,50%
3,15%
6,64%
14,26%
22,97%
31,93%
41,64%
2,75%
3,06%
6,44%
13,82%
22,22%
30,86%
40,18%
3,00%
2,97%
6,24%
13,37%
21,48%
29,79%
38,74%
3,25%
2,87%
6,04%
12,93%
20,74%
28,73%
37,31%
3,50%
2,78%
5,84%
12,48%
20,01%
27,67%
35,90%

Como podemos ver, os Fundos DI com taxa de administração iguais ou superiores a 3% ao ano são, apresentam uma rentabilidade inferior à rentabilidade da poupança, independentemente do horizonte de investimento. Já os Fundos DI com taxa de administração iguais ou inferiores a 1,75% ao ano apresentam retornos superiores ao retorno da poupança. Os Fundos DI com taxa de administração entre 1.75% ao ano e 3% ao ano apresentam rentabilidade ora superior à rentabilidade da poupança, ora inferiores, dependendo do prazo de investimento.

Portanto, cuidado com a taxa de administração do Fundo DI!

Comparador de Fundos

A revista Exame.com disponibiliza em seu site uma excelente ferramenta, o Comparador de Fundos. Através dessa ferramenta é possível comparar, entre outros, os Fundos DI. O Comparador de Fundos foi feito em parceria com o sistema de informações financeiras Comdinheiro (comdinheiro.com.br). Use e abuse da ferramenta para encontrar um Fundo DI que atenda às suas expectativas, seja no seu atual banco, ou em outra instituição que faça mais pelo seu dinheiro. Para acessar o Comparador de Fundos, clique aqui.

Outros investimentos de baixo risco

Existem também outros investimentos com baixo risco e liquidez, que podem eventualmente substituir a velha poupança, por serem de baixo risco e fácil compreensão. Entre eles destacamos: os fundos de investimento referenciados DI, os Certificados de Depósito Bancário (CDB), Letras Financeiras do Tesouro (LFT), as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras do Crédito do Agronegócio (LCA).

Para conferir qual dos investimentos acima rende mais, verifique nossa Calculadora Poupança X Fundo DI X CDB X Tesouro Direto X LCI/LCA.

Mas antes de resgatar sua poupança, saiba os riscos de se investir em CDBs, especialmente aqueles oferecidos por bancos de pequeno e médio porte, que geralmente oferecem retornos mais atrativos (aqui), 

Caso você se interessou pelas LCI ou LCA, saiba quais são as vantagens e riscos envolvidos na aquisição de tais títulos (aqui).

Artigo escrito por Flávio Girão Guimarães.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Tributação - ETF de Renda Fixa

Os rendimentos e ganhos de capital auferidos por cotistas de fundo de índice em renda fixa, com cotas negociáveis em bolsa de valores ou mercado de balcão organizado, os chamados Exchange Traded Fund (ETF), estão sujeitos à tributação do imposto de renda (IR).

Alíquotas

Primeiramente, é necessário que o ETF de renda fixa seja composto por, no mínimo, 75% de ativos financeiros que integrem o índice de renda fixa de referência. São três as alíquotas que podem incidir sobre os ETF de renda fixa:
  • 25%, no caso de ETF de renda fixa cuja carteira de ativos financeiros apresente prazo médio de repactuação igual ou inferior a 180 dias;
  • 20% , no caso de ETF de renda fixa cuja carteira de ativos financeiros apresente prazo médio de repactuação superior a 180 e igual ou inferior a 720 dias; e
  • 15% , no caso de ETF de renda fixa cuja carteira de ativos financeiros apresente prazo médio de repactuação superior a 720 dias.
O ETF de renda fixa que descumprir o percentual mínimo de 75% de ativos financeiros que integrem o índice de renda fixa de referência ficará sujeito à alíquota de 30% durante o prazo de descumprimento. 

Base de cálculo

A base de cálculo do IR incidente sobre o ganho de capital dos ETF de renda fixa será a a diferença positiva entre o valor da cota no resgate (ou venda no mercado secundário) e o valor de integralização (ou de aquisição da cota no mercado secundário). São excluídos deste valor o IOF e o os custos e despesas incorridos, necessários à realização das operações de integralização (compra) e resgate (venda).

Recolhimento do IR

São responsáveis pelo recolhimento do IR:
  • na alienação de cotas em mercado secundário - a instituição ou entidade que faça o pagamento dos rendimentos ou ganhos ao beneficiário final, ainda que não seja a fonte pagadora original; e
  • no resgate de cotas e na distribuição de qualquer valor - o administrador do fundo. 
Para tanto, o investidor deverá autorizar, expressamente, a bolsa de valores ou a entidade de balcão organizado no qual as cotas do Fundo de Índice de Renda Fixa sejam negociadas a enviar as informações sobre o custo de aquisição dos ativos para apuração da base de cálculo do imposto devido pelo investidor aos responsáveis tributários.

Caso o investidor não autorize a bolsa de valores ou a entidade de balcão organizado, caberá a ele fornecer aos responsáveis tributários a data de realização do negócio, a quantidade e o custo dos ativos negociados e outras informações necessárias para apuração da base de cálculo do imposto sobre a renda devido. A comprovação pode ser feita através de:
  • nota de corretagem de aquisição;
  • boletim de subscrição;
  • instrumento de compra, venda ou doação;
  • declaração do imposto sobre a renda do investidor; ou
  • declaração do custo médio de aquisição, conforme modelo a ser disponibilizado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB).
Artigo escrito por Flávio Girão Guimarães.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Vale a pena utilizar a antecipação de Imposto de Renda - IR 2014?

Passado o fim do prazo para a entrega da declaração anual de Imposto de Renda (IR), os bancos começam a ofertar o serviço de antecipação de restituição do IR. A antecipação do IR deve ser tratada com cautela, pois trata-se de uma operação de crédito comum. Assim, a pergunta que vem é "vale a pena antecipar a minha restituição de IR?". A resposta é depende.


Dívida X Poupança

Vários são os fatores a serem avaliados antes de se contratar este tipo de serviço. Porém, adiantando uma resposta: para aqueles que não possuem dívidas ou que não precisem do dinheiro no curto prazo, não é vantajoso antecipar a restituição de IR, pois os juros cobrados pelos bancos, em torno de 1,99% ao mês, são maiores do que qualquer aplicação em renda fixa. Soma-se a isto, o fato da restituição de IR ser corrigida pela taxa Selic, atualmente em 11% ao ano o que é uma boa rentabilidade. Logo, ganha-se a taxa Selic, mas perde-se com os altos juros cobrados.

A Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) libera os lotes de restituição entre junho e dezembro de cada ano. Para ver os lotes de restituição do IRPF 2014, bem como o valor da correção de cada lote, leia o artigo Imposto de Renda: restituição 2014. Aqueles que decidiram por utilizar este tipo de serviço de antecipação de restituição, caso recebam nos primeiros lotes, pagarão um montante de juros menor do que aqueles que receberão nos últimos lotes. Isto acontece, pois os juros são cobrados com base mensal, pro-rata dia. Quanto mais tempo se fica com o empréstimo, mais juros se paga.

Quem deve utilizar?

Este tipo de empréstimo deve ser utilizado apenas em casos emergenciais ou quando tiver como destino o abatimento de dívidas que possuam taxas de juros maiores como, por exemplo, dívidas oriundas de cartão de crédito ou cheque especial. Nestes casos, a antecipação da restituição de IR deve ser encarada como uma boa alternativa para abatimento de dívidas.

Artigo escrito por Gustavo Garcia.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Fale conosco: Tesouro Direto

Recebemos um comentário no artigo Rentabilidade e risco Passado do Tesouro Direto, que gostaríamos de compartilhar com os demais leitores:

"Tenho 4 LTN com vencimento em 2016. 10 NTN-B Principal com vencimento em 2019 e 1 LFT com vencimento em 2017. Perguntas: até quando é aconselhável comprar o mesmo titulo considerando impostos? Posso aplicar R$ 6 mil por mês, como aplicar para juntar R$ 300 mil no menor tempo? O Tesouro Direto é melhor que a poupança, mesmo considerando impostos e taxa da corretora?"

Tributação Tesouro Direto

Para saber um pouco mais sobre a tributação do imposto de renda, aplicável aos títulos negociados no Tesouro Direto, recomendamos a leitura do artigo Tributação de investimentos - Tesouro Direto, mas, de forma resumida, para pagar a alíquota mínima de IR (15%), deve-se comprar títulos cujo vencimento sejam superiores a 2 anos e vendê-los somente após 2 anos de carregamento (ou carregá-los até o vencimento). 

Longo prazo vs. curto prazo

Quanto à pergunta sobre como juntar R$ 300 mil no menor tempo, isso depende do apetite ao risco. Geralmente, os títulos públicos com vencimento mais longo são mais rentáveis, mas, ao mesmo tempo, mais arriscados, já que seus preços costumam oscilar bastante, como explicamos no artigo Tesouro Direto: títulos longos vs. títulos curtos.

Poupança vs. Tesouro Direto

Por fim, seria o Tesouro Direto melhor que a poupança? Bem, eu particularmente acho que sim. Para exemplificar isso, temos dois artigos que que compara a evolução dos títulos públicos vendidos no Tesouro Direto vis-à-vis a rentabilidade da poupança. Trata-se do nosso tradicional Rentabilidade e risco Passado do Tesouro Direto. Mas lembre-se da velha máxima que diz que rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura.

O futuro a Deus pertence (pelo menos para quem acredita em Deus), mas é possível simular a rentabilidade futura dos principais investimentos de baixo risco, através de nossa Calculadora: Poupança X Fundo DI X CDB X Tesouro Direto X LCI/LCA. Podemos ver que atualmente a poupança só ganha dos demais investimentos se o investidor escolher bancos e corretoras que cobram taxas muito, muito altas. Portanto, cabe ao investidor, e somente a ele, correr atrás de melhores taxas e condições para realizar seus investimentos.

Artigo escrito por Flávio Girão Guimarães.


sexta-feira, 4 de julho de 2014

ETF - Exchange Traded Fund

O Exchange Traded Funds (ETF) é um fundo de índice, com cotas negociáveis em bolsa de valores ou mercado de balcão organizado, tal como uma ação. Sua principal característica é ter rendimento e risco semelhante de um índice de referência, amplamente conhecido.

 Como qualquer fundo de investimento, o ETF tem as seguintes características:
  • o patrimônio do ETF não se confunde com o patrimônio do administrador;
  • o patrimônio do ETF é dividido em cotas;
  • o funcionamento do ETF deve ser regido por um regulamento;
  • pode ser previstas no regulamento: taxa de administração, ingresso e saída (resgate);
  • os cotistas, em assembléia, deliberam sobre temais tais como: demonstrações contábeis, substituição do administrador, mudança na política de investimento; aumento da taxa de administração, entrada ou saída; fusão, incorporação, cisão, transformação ou liquidação do fundo; e assuntos não previstos no regulamento.
Em resumo, os ETF são fundos de investimento passivos, que visam ter risco e retorno semelhantes a um benchmark. Porém, distintamente de um fundo de investimento, é possível negociar as cotas diretamente no ambiente de bolsa de valores ou mercado de balcão organizado.

Atualmente existem 16 ETF listados na BM&FBovespa. Conforme tabela abaixo:

Gestor
Nome do ETF
Código
Referência
Taxa adm.
Caixa
CAIXA ETF Ibovespa
 XBOV11
Ibovespa
0,5% (a.a.)
BlackRock
iShares Ibovespa
 BOVA11
Ibovespa
0,54% (a.a.)
BlackRock
iShares IBrX - Índice Brasil (IBrX-100)
 BRAX11
IBrX-100
0,54% (a.a.)
BlackRock
iShares Índice Bm&F Bovespa de Consumo
 CSMO11
ICON
0,69% (a.a.)
BlackRock
iShares Índice Carbono Eficiente (ICO2)
 ECOO11
ICO2
0,38% (a.a.)
BlackRock
iShares BM&FBOVESPA MidLarge Cap
 MILA11
MLCX
0,54% (a.a.)
BlackRock
iShares Índice BM&FBOVESPA Imobiliário
 MOBI11
IMOB
0,69% (a.a.)
BlackRock
iShares BM&FBOVESPA Small Cap
 SMAL11
SMLL
0,69% (a.a.)
BlackRock
iShares Índice de Utilidade Pública (UTIL)
 UTIP11
UTIL
0,69% (a.a.)
BlackRock
iShares S&P 500
 IVVB11
S&P 500
0,27% (a.a.)
Itaú
It Now IDIV
 DIVO11
IDIV
0,5% (a.a.)
Itaú
It Now IFNC
 FIND11
IFNC
0,6% (a.a.)
Itaú
It Now IGCT
 GOVE11
IGCT
0,5% (a.a.)
Itaú
It Now IMAT
 MATB11
IMAT
0,5% (a.a.)
Itaú
It Now ISE
 ISUS11
ISE
0,4% (a.a.)
Itaú
It Now PIBB IBrX-50
 PIBB11
IbrX-50
0,059% (a.a.)

Entre as vantagens do ETF, destaco:
  • ao adquirir uma cota de ETF, o investidor adquire portfólio diversificado de ativos financeiros de forma simplificada;
  • para adquirir ou vender um ETF, o investidor precisa de uma corretora de valores. Já o fundo de investimento convencional exige o relacionamento entre o investidor e a instituição distribuidora do fundo, seja ela um banco, uma corretora, uma distribuidora de valores e títulos mobiliários.
Porém, o ETF também apresenta algumas desvantagens:
  • além da taxa de administração, o investidor deve arcar com a corretagem e a custódia do ETF;
  • alguns ETF tem pouca liquidez, dificultando sua negociação;
  • o recolhimento do imposto de renda deve ser feito pelo próprio investidor.
Quanto à tributação, temos regras distintas para os ETF baseados em índices de renda fixa (ou simplesmente ETF de renda fixa) e os ETF baseados em índices de renda variável (ETF de renda variável).

Os ETF de renda variável tem tributação semelhante à tributação dos fundos de investimento em renda variável, ou seja, o ganho de capital é sujeito à tributação do imposto de renda à alíquota de 15%, cobrado apenas no momento da venda das cotas. Tal como a tributação incidente sobre os fundos de renda variável, deve ser feito o controle do custo médio de aquisição das cotas do ETF, para se calcular o ganho de capital.

A tributação do imposto de renda sobre o ganho de capital do ETF de renda fixa é feito de acordo com o prazo médio das carteiras do fundo: alíquota 22,50% para os ETF compostos por títulos cuja duração média seja inferior a 180 dias, alíquota de 20,00% quando a carteira tiver um prazo médio entre 181 e 720 dias e, por fim, alíquota de 15,00% quando a média da carteira for superior a 720 dias.

Artigo escrito por Flávio Girão Guimarães.

Para mais informações sobre os ETF, consulte guia da BM&FBovespa (aqui).