quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Cuidado! O dragão da inflação está mais vivo do que nunca!

O dragão da inflação está de olho...
O ano de 2013 acabou e o ano de 2014 já começou com uma notícia nada agradável. A inflação no Brasil encerrou o ano de 2013 em alta de +5,91%. Pelo quarto ano consecutivo, a inflação medida pelo IPCA encerra o ano acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, 4,50%.

Muitos argumentam que a meta de inflação foi cumprida, já que o sistema de metas de inflação prevê uma margem de ±2,00%, ou seja, que a meta de inflação no Brasil seria de 2,50% a 6,50%. Isso é uma falácia. A meta é de 4,50% e ponto final. Aliás, a própria meta de inflação no Brasil já é, per se, muito elevada. E o atual presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini, admitiu isso em seu discurso de posse, em 03/01/20111 (leia aqui).

Para exemplificar o quão alta é a inflação brasileira, apresentamos abaixo uma relação dos índices de inflação do ano de 2013 das principais economias do mundo, de acordo com dados obtidos no site da OCDE.
  • Turquia - 7,51%;
  • Brasil - 5,91%;
  • México - 3,81%;
  • Reino Unido - 2,61%;
  • Chile - 1,88%;
  • Alemanha - 1,54%;
  • Estados Unidos - 1,42%;
  • Itália - 1,23%;
  • França - 0,86%.
Ou seja, quando comparamos o Brasil com outras economias em desenvolvimento ou desenvolvidas, vemos que nosso país encontra-se entre aquelas que apresentaram a maior variação dos preços em 2013.

Quando analisamos o histórico recente da inflação, vemos que, infelizmente, o ano de 2013 não foi uma exceção. Abaixo relacionamos a variação do IPCA entre 1999 (ano no qual o regime de metas foi estabelecido) e o ano de 2013. Para facilitar, vamos marcar em vermelho os anos nos quais o país teve uma inflação igual ou superior à meta. Em azul, marcaremos o ano em que a inflação ficou abaixo da meta:
  • 1999 - 8,94% (meta de 8,00%);
  • 2000 - 5,97% (meta de 6,00%);
  • 2001 - 7,67% (meta de 4,00%);
  • 2002 - 12,53% (meta de 3,50%);
  • 2003 - 8,74% (meta de 4,00%);
  • 2004 - 7,60% (meta de 5,50%);
  • 2005 - 5,69% (meta de 4,50%);
  • 2006 - 3,15% (meta de 4,50%);
  • 2007 - 4,46% (meta de 4,50%);
  • 2008 - 5,90% (meta de 4,50%);
  • 2009 - 4,31% (meta de 4,50%);
  • 2010 - 5,91% (meta de 4,50%);
  • 2011 - 6,50% (meta de 4,50%);
  • 2012 - 5,84% (meta de 4,50%);
  • 2013 - 5,91% (meta de 4,50%).
Uma inflação persistentemente alta, tal como a apresentada no Brasil, é como uma febre de 39º. Não mata imediatamente, mas vai minando, pouco a pouco, a saúde financeira do país. Com a inflação persistente, há a permanente desvalorização do Real, com a consequente elevação do preço dos produtos e serviços importados, há a diminuição dos investimentos no setor produtivo, que tem maior dificuldade para orçar seus custos e receitas no longo prazo, há a elevação da taxa nominal de juros e consequentemente a elevação da especulação financeira, etc.

Para saber um pouco mais sobre esse fenômeno, bem como os efeitos da inflação às empresas e às pessoas, vamos republicar uma série especial sobre a inflação, escrita em 2012.

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