- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Depende. Como qualquer investimento, a poupança tem qualidades e defeitos, mas, em hipótese alguma, deve ser desprezada. Para quem não a conhece sua história, a poupança é uma das modalidades de investimento mais antigas existente no Brasil. Para se ter idéia de quão antiga é a poupança, a Caixa Econômica Federal já oferecia tal produto em 1861 (ainda no reinado de Dom Pedro II).
Para quem não sabe, a poupança rende 0,5% ao mês (a.m.), acrescidos da variação da Taxa Referencial (TR). Em 2010 a poupança gerou uma rentabilidade mensal em torno de 0,55% a.m. Além da renda garantida de 0,5% a.m., a poupança conta com isenção total do Imposto de Renda (IR) sobre o ganho de capital, bem como isenção de recolhimento do Imposto Sobre Operações Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF).
Uma das vantagens da poupança é a sua simplicidade. Não existe valor mínimo de aplicação, tampouco valor máximo. Pode-se aplicar ou resgatar qualquer valor, sem limites. Por fim, não são cobradas taxas de administração e performance. No linguajar dos financistas, a poupança é um investimento simples, plain vanilla.
Por outro lado, um dos pontos negativos da poupança reside no fato de os recursos nela aplicados serem capitalizados apenas mensalmente, ou seja, para obter o rendimento prometido é necessário aguardar trinta dias após cada aplicação. Supondo, por exemplo, que você necessite resgatar os recursos aplicados na poupança há 29 dias, não receberá sequer R$ 0,01 acima do valor inicial. A capitalização dos recursos é feita para cada aporte, separadamente.
É possível comparar a poupança com investimentos similares? Atualmente, a poupança pode ser comparada com os fundos DI e o Certificado de Depósito Bancário – CDB, ambos com rentabilidade bruta próxima ou atrelada ao Certificado de Depósito Interbancário – DI (hoje maior que a rentabilidade da poupança).
Porém, os fundos DI têm como custo a taxa de administração (que diga-se de passagem são das mais altas do mundo). Já no CDB não é cobrada taxa de administração, mas, geralmente, sua rentabilidade sofre um deságio em relação à variação do DI (exemplo: rentabilidade de 90% da variação do DI).
Já que foi dito que é possível comparar tais investimentos, façamos a comparação. Para tanto, vamos utilizar o cenário atual (dezembro). Vamos às hipóteses:
- variação do DI: 10,75% ao ano (a.a.) (0,85% a.m.); e
- variação da poupança: 6,93% a.a. (0,56% a.m.).
Abaixo, apresentamos três tabelas, com o resultado de nossa simulação. Na primeira temos a rentabilidade dos fundos DI de curto prazo. Depois, apresentamos a rentabilidade simulada dos fundos DI de longo prazo, cuja única diferença para os fundos DI de curto prazo são as alíquotas de IR. Por fim, apresentamos a rentabilidade simulada de um CDB pós (cuja rentabilidade é atrelada à variação do CDI):
Logo, utilizando-se o exemplos acima, mesmo com uma remuneração inferior à remuneração dos fundos DI, a poupança tem rentabilidade superior à rentabilidade dos fundos DI de curto prazo com taxas de administração superiores a 2,00% a.a., ou rentabilidade superior à dos fundos DI de longo prazo com taxas de administração superiores a 2,50% a.a..
Quando comparada com os CDBs, a poupança gera ganhos maiores quando o deságio é superior a 25% (ou a rentabilidade do CDB é igual ou inferior a 75% da variação do DI). Entretanto, lembre-se que o CDB representa uma dívida do banco com o investidor e, portanto, está sujeito ao risco de crédito da instituição que o emite.
Dado que os rendimentos gerados pela poupança atualmente tem um piso (0,5% a. m.) e os rendimentos dos fundos DI e do CDB são atrelados à variação do DI, quanto menor for a variação do DI, menor será a rentabilidade dos fundos DI e dos CDBs, o que pode favorecer ainda mais a poupança nesta comparação.
Artigo escrito por Flávio Girão Guimarães.
Artigo escrito por Flávio Girão Guimarães.
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