Os contribuintes do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) podem pagar um valor significativamente inferior de Imposto de Renda na declaração de ajuste de 2014 (ano-base 2013). Basta utilizar alguns dos muitos incentivos que o governo disponibiliza aos contribuintes e que, infelizmente, pouca gente sabe. Vamos apresentar nesse artigo dois dos principais incentivos governamentais: previdência complementar e as aplicações em fundos de financiamento da indústria cinematográfica nacional - Funcine.
Para começar, vamos pensar em um contribuinte que receba, mensalmente, um salário de R$ 15 mil. Nosso personagem é casado e tem dois filhos e paga, mensalmente, R$ 1.000,00 por um plano de saúde para a família e outros R$ 1.000,00 de mensalidade escolar. Como todo empregado de empresa privada, nosso personagem tem retido mensalmente R$ 457,49 de seu salário para pagamento do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Para simplificar, vamos supor que o nosso personagem não tem outra fonte de renda, nem rendimentos de investimentos. Agora, vamos calcular seu IR.
(+) R$ 180.000,00 - renda bruta tributável (12 salários);
(-) R$ 12.000,00 - despesas médicas (plano de saúde);
(-) R$ 5.489,88 - retenção do INSS;
(-) R$ 6.460,92 - dedução de R$ 3.230,46 para a educação de cada dependente;
(-) R$ 6.460,92 - dedução de R$ 3.230,46 para a educação de cada dependente;
(-) R$ 4.127,28 - dedução de R$ 2.063,64 por dependente;
(=) R$ 151.921,92 - Base de Cálculo do IR
IR = R$ 151.921,92 X 27,5% - R$ 9,486,84 (dedução padrão) = R$ 32.291,83
Agora vamos ao que interessa. Como nosso personagem pode pagar menos IR em 2014? A primeira dica é voltada aos contribuintes que declaram o IR pelo modelo completo. Trata-se do investimento em um plano de previdência complementar, aberto (PGBL) ou fechado (fundo de pensão). Contribuições feitas a planos de previdência podem ser deduzidas da base de cálculo do IR, até o limite de 12% da renda bruta.
Caso nosso personagem realize depósito(s) em previdência complementar, utilizando o limite máximo (12% da renda bruta tributável), teria uma substancial redução do IR. Vamos aos números:
(+) R$ 180.000,00 - renda bruta tributável (12 salários);
(-) R$ 12.000,00 - despesas médicas (plano de saúde);
(-) R$ 5.489,88 - retenção do INSS;
(-) R$ 6.460,92 - dedução de R$ 3.230,46 para a educação de cada dependente;
(-) R$ 6.460,92 - dedução de R$ 3.230,46 para a educação de cada dependente;
(-) R$ 4.127,28 - dedução de R$ 2.063,64 por dependente;
(-) R$ 21.600,00 - Fundo de pensão/PGBL.
(-) R$ 21.600,00 - Fundo de pensão/PGBL.
(=) R$ 130.321,92 - Base de Cálculo do IR
IR = R$ 130.321,92 X 27,5% - R$ 9,486,84 (dedução padrão) = R$ 26.351,69.
Ou seja, nosso personagem pagaria R$ 5.940,00 a menos de IR e, o que é melhor, os R$ 21.600,00 investidos no fundo de pensão ou em no PGBL formarão uma excelente poupança de longo prazo.
A segunda opção para pagar menos IR vale para qualquer contribuinte, independentemente do modelo de declaração utilizado. Mas, para fins didáticos, vamos continuar com os números do exemplo acima. A dica é: destinar até 6% do imposto devido às contribuições feitas aos fundos controlados pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e às contribuições efetivamente realizadas em favor de projetos culturais, dos quais destacamos o FUNCINE - Fundo de Investimento em Cinema.
Voltando ao nosso exemplo, nosso contribuinte aplicasse em um FUNCINE um valor equivalente 6% de seu imposto devido, seu IR seria reduzido em R$ 1.581,10, calculado da seguinte forma:
IR = R$ 26.351,69 (imposto devido) X 6% = R$ 1.581,10.
Ou seja, utilizando as deduções que apresentamos no artigo (PGBL e Funcine), nosso contribuinte terá uma economia de R$ 7.521,10 no pagamento do IR!
Atenção: para obter tais reduções no IRPF 2014 (ano-base 2013) é necessário que tanto as contribuições para fundos de pensão/PBGL (até 12% da renda bruta tributável) e/ou FUNCINE (até 6% do IR devido) sejam realizadas até o dia 31/12/2013. Se você não fez isso até agora, corra que ainda dá tempo!
Artigo escrito por Flávio Girão Guimarães.
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