terça-feira, 3 de maio de 2011

Tributação de Investimentos - parte 1


Poucos investidores se preocupam com a tributação de seus investimentos. Porém, a multiplicidade de critérios tributários e alíquotas certamente irá alterar o resultado líquido de suas aplicações. E, no final das contas, o que interessa ao investidor é o resultado líquido, o “dinheiro no bolso”.

Para lançar luz em um tema tão complexo, iremos apresentar uma série de artigos, apresentando e exemplificando as regras aplicáveis a cada um dos vários investimentos disponíveis no mercado brasileiro, sejam instrumentos financeiros ou não.



Apenas para ilustrar essa variedade e complexidade, vejamos o seguinte exemplo:

Suponha um investidor que aplicou R$ 60 mil distribuídos da seguinte forma:

Ativo
Saldo Bruto Inicial
Poupança
20.000
Ações
20.000
Fundo Di
20.000

Após 5 meses, os investimentos somaram:

Ativo
Saldo Bruto Inicial
Saldo Bruto Final
Rentab. Bruta
Poupança
20.000
21.000
5,00%
Ações
20.000
21.100
5,50%
Fundo Di
20.000
21.200
6,00%

Ou seja, os melhores investimentos até este momento são, em ordem: Fundo Di (rentabilidade bruta de 6,00%), Ações (rentabilidade bruta de 5,50%) e Poupança (rentabilidade bruta de 5,00%).

Nosso investidor, então, solicita o resgate integral de todos seus investimentos e, neste momento, é retido o Imposto de Renda (IR), cobrado sobre o ganho de capital (saldo final menos o saldo inicial). Abaixo, apresentamos o resultado do resgate, após o recolhimento do IR:

Ativos
Saldo Bruto Inicial
Saldo Bruto Final
Rentab. Bruta
Ganho De Capital
IR Alíquota
IR - R$
Saldo Líquido Final
Rentab. Líquida
Poupança
20.000
21.000
5,00%
1.000
0,00%
-
21.000
5,00%
Ações
20.000
21.100
5,50%
1.100
15,00%
- 165
20.935
4,68%
Fundo Di
20.000
21.200
6,00%
1.200
22,50%
- 270
20.930
4,65%

Ou seja, após o recolhimento do imposto há uma inversão na ordem de rentabilidade dos investimentos. A poupança, que é isenta de IR, mantém os 6,00% de rentabilidade e passa a ser o melhor investimento. Já o fundo Di, antes o melhor investimento, passa a acumular 4,65% de rentabilidade líquida e, desta forma, passa a ser o pior investimento. Já as ações ficam em uma posição intermediária, com rentabilidade de 4,68%.

Em um simples exemplo vimos três regras distintas de cálculo e recolhimento do IR. Há muitas outras! Então, aguarde os próximos artigos, onde apresentaremos as regras de IR aplicáveis aos imóveis, Tesouro Direto, fundos de investimento, planos de previdência, ações e opções. 

Artigo escrito por Flávio Girão Guimarães.

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