quarta-feira, 6 de abril de 2011

G1: Fundo é opção para investir em imóveis sem comprar um: entenda

Muitos leitores tem sugerido que nós falássemos um pouco acerca dos fundos imobiliários. Como não somos especialistas no assunto (ainda), resolvemos pesquisar na rede à procura de um artigo que fosse, ao mesmo tempo, completo e didático. Encontramos no portal G1 uma excelente reportagem de Ligia Guimarães. Boa leitura!

Fundo é opção para investir em imóveis sem comprar um: entenda

Em 2010, novos fundos imobiliários já somam R$ 1,029 bilhão. Para economista, investimento ainda é difícil encontrar compradores.

Shopping Higienópolis
Fachada do shopping Higienópolis, exemplo
bem-sucedido de fundo imobiliário.
(Foto: Divulgação)

A forte procura por imóveis no mercado brasileiro, que atrai investidores e impulsiona o aumento dos preços de empreendimentos em todo o país, favorece também a propagação dos fundos imobiliários. A aplicação é considerada por alguns economistas uma alternativa para quem deseja aproveitar o bom momento do mercado mas não tem dinheiro para comprar uma casa ou apartamento, por exemplo.

Dados reunidos pelo Sindicato das Empresas de Compra, Locação e Administração de Imóveis Comerciais de São Paulo (Secovi-SP) indicam que dez novos fundos imobiliários chegaram ao mercado em 2010, em lançamentos que somaram R$ 1,029 bilhão até maio. O montante é bem maior que os R$ 561 milhões que os fundos imobiliários representaram no Brasil em 2008, e deve superar a soma de R$ 2,878 bilhões que o segmento registrou em lançamentos no ano passado, quando houve a criação de 23 novos fundos no total.

“Este ano o lançamento de novos fundos no mercado deve superar os números de 2009, há uma demanda boa tanto de empresas quanto de pessoas físicas”, estima o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci.

Há, de acordo com o Secovi, 34 fundos imobiliários listados atualmente na Bovespa, totalizando R$ 4,9 bilhões e com distribuição entre mercado de escritórios (40%), shopping centers (30%) e pulverização dos demais.

Cuidados e longo prazo

Especialistas consultados pelo G1, no entanto, alertam: o fundo imobiliário pode ser considerado opção de investimento viável para quem procura retorno no longo prazo, desde que o poupador faça o “dever de casa” de pesquisa sobre os gestores do fundo e planeje cuidadosamente o montante a ser investido.

"É preciso saber quem é o dono do fundo, de onde virá a renda. Por exemplo: a Petrobras vai alugar o prédio? Bom sinal. O prédio será em Xiririca da Serra e só depois vão achar um locatário? Mais risco", ensina o professor professor Sílvio Paixão, da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), que destaca que é preciso definir um percentual a ser investido. "É investimento de longo prazo: para quem só vai pensar nele daqui a um, dois anos, no mínimo", diz.

Saída difícil

Tanto planejamento e cuidado são necessários porque os fundos imobiliários são do tipo fechados, ou seja: quem entra só pode sair depois de vender a cota, como se fosse uma ação, na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), como explica o consultor Sérgio Belleza Filho.

"Não é um fundo aberto como renda fixa, que você resgata quando quer sair. É fechado, então se você quer o dinheiro de volta tem que mandar vender suas cotas, como se fosse a ação de uma empresa", diz Belleza.

O G1 conversou com economistas do setor e especialistas em finanças pessoais, que explicaram como funciona o investimento e os cuidados que você deve tomar antes de decidir se vale ou não apena colocar dinheiro em um dundo imobiliário. Confira:

SAIBA MAIS SOBRE OS FUNDOS IMOBILIÁRIOS
Fonte:economistas Sérgio Belleza, William Eid, Sílvio Paixão.
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O que são os fundos imobiliários?
São grupos de investimento formados por investidores que têm o objetivo de aplicar dinheiro em todo tipo de negócios da base imobiliária: desde o desenvolvimento de empreendimentos imobiliários até imóveis prontos. Tem que ser administrado por uma instituição financeira.
O empreendimento ou parte dele é construído com o dinheiro dos investidores: opções com flats, shoppings, hospitais e prédios comerciais são maioria. O rendimento para o investidor pode vir do pagamento de aluguéis ou da simples valorização da cota comprada por cada participante do fundo.

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Como investir em um fundo?
Atualmente, há 34 opções de fundos imobiliários listados na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) (Veja a lista aqui). Quem quiser investir deve procurar uma corretora de confiança e se informar sobre qual a história, objetivos, rentabilidade e gestores de cada fundo.

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Depois de quanto tempo dá para resgatar o dinheiro?
Para sair de um fundo, não há tempo mínimo definido: é preciso, no entanto, vender a cota que você comprou, o que é feito na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Um fundo imobiliário é bastante semelhante a uma empresa de capital aberto, com seus acionistas, aumentos de capital, assembléias, distribuições de resultado etc.

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Quais as vantagens dos fundos imobiliários?
Pessoas físicas que tiverem menos do que 10% das cotas de um fundo imobiliário têm isenção do Imposto de Renda sobre os ganhos, desde que o fundo tenha, no mínimo, 50 cotistas.
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Quais as desvantagens?
Para o professor da Fundação Getúlio Vargas, William Eid, a escassez de compradores e a baixa diversificação ainda fazem do fundo uma opção pouco atraente para a pessoa física.
"A maioria dos fundos investe em um só empreendimento, então o ganho depende integralmente do sucesso dele. Além disso ainda não tem mercado para vender quando você quer sair. Há outras opções melhores para a classe média", diz Eid.
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Os fundos imobiliários são rentáveis?

Há riscos como todo investimento. O caso mais emblemático de sucesso de um fundo é o do Shopping Higienópolis, que detém 25% do capital do empreendimento e cujo valor da cota subiu de R$ 100 no lançamento, em 2007, para R$ 372 em maio deste ano.
"Esse é fácil de vender, porque o shopping já funciona e deu certo. Mas há risco, há muitos outros que foram micos", alerta William Eid.
'O consultor Sérgio Belleza, da Fundo imobiliário Consultoria de investimentos, discorda. "Pelo contrário, há muita demanda para se vender fundos imobiliários, pois estamos atravessando o melhor ano de todos em colocação de fundos imobiliários", diz Belleza. Como exemplos de aplicações bem -sucedidas no setor, ele cita o fundo Shopping Higienópolis, que acumula alta de 30% nos ultimos 12 meses, e o Hotel Maxinvest, que aplica seus recursos na aquisição de flats na cidade de São Paulo e subiu 38% nos ultimos 12 meses.'

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